Coluna do Cadu Guerra

Renda fixa tem mais motivo para ser a bola da vez em 2023 (e não depende só da Selic)

02 fev 2023, 14:00 - atualizado em 02 fev 2023, 14:00
Renda Fixa
Entenda o motivo para a renda fixa ser a grande aposta do mercado deste ano. Leia a coluna do Cadu Guerra, CEO do Allugator. (Imagem: Unsplash/Ben Iwara)

Em um ano em que a taxa Selic não deverá ter grandes aumentos (ou arriscar subir para 15% ao ano), muitos investidores têm se sentido atraídos pela renda fixa. Os papéis, que agora estão sendo mais visados, vão passar por mudanças a partir deste ano.

Isso porque, após a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os títulos de renda fixa vão poder contar com mais possibilidades.

De modo geral, a resolução 175, que será o novo marco regulatório do setor, começa a valer em todo o território nacional a partir de abril, substituindo a instrução 555.

Na prática, a nova regulamentação permite que fundos tenham acesso à expansão dos limites para investirem no exterior, aplicação direta por fundos em ativos, como criptomoedas e créditos de carbono, entre outras possibilidades.

Tudo isso traz novas perspectivas para aqueles que desejam diversificar suas carteiras de aplicação.

Embora haja no mercado outras opções de títulos para investimentos, a poupança continua sendo a preferida dos brasileiros.

Possibilidades na renda fixa

De acordo com dados do “Raio X do Investidor Brasileiro de 2022”, realizado pela Anbima, cerca de 23% das pessoas fazem investimento na poupança – o que corresponde a quase 50 milhões de pessoas. Tudo isso mostra que grande parte dos brasileiros possuem um perfil de conservador para os investimentos.

Porém, como a nova normativa, haverá muitas opções de investimentos para quem desejar alternar os títulos e quem sabe tornar-se um investidor moderado. Ou seja, o perfil que normalmente opta por aplicações com equilíbrio entre riscos e rentabilidade.

Acredito que a renda fixa seja a grande aposta deste ano. Falo isso porque, em 2022, a taxa Selic aumentou de 9,25% para 13,75% ao ano.

O que deixa esses papéis mais atrativos, já que, grande parte deles, são atrelados à taxa Selic– ou seja, quanto mais alta essa taxa estiver, há mais lucratividade para as aplicações que passam a render mais.

Um outro levantamento, desta vez realizado pela Yubb, plataforma de busca de investimentos, apontou que, em 2022, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) assumiram a primeira colocação dos ativos mais procurados. Isso porque os brasileiros estão aderindo cada vez mais ao título dessa categoria.

Como a previsão para 2023 é de que a Selic não caia ou caia pouco, a tendência para este ano é que as aplicações dessa modalidade sejam benéficas para os investidores.

Por isso, com novas opções de investimentos surgindo com a nova normativa e, ainda, com o cenário favorável para aplicações em renda fixa, o investidor pode (e deve) se arriscar.

Principalmente, no que diz respeito aos papéis dessa modalidade, além do fato de pensar em ter mais aplicações em outras modalidades além da caderneta, já que traz retornos seguros, mas menos favoráveis em comparação aos outros títulos.