Renda Fixa: Que tal apimentar sua carteira com ativos alternativos?
Desde minhas memórias mais antigas, lembro-me de como sempre fui apaixonado pelo mar, especialmente pelo som das ondas e a cor das águas, que me levam a um estado de relaxamento profundo, sem contar o fascínio gerado por sua vastidão e incontáveis segredos escondidos sob a superfície — assim como no mercado de fundos de investimento.
Esse fascínio sempre vem acompanhado de uma grande curiosidade e empolgação com as infinitas possibilidades a serem exploradas em uma nova perspectiva de interação com a vida marinha, alimentando meu desejo por aventura.
Porém o mar também desperta minha ansiedade dada a infinidade de incertezas e perigos que nos espreitam nas profundezas, assim como os riscos envolvidos na sua exploração. Todos esses sentimentos são muito similares à empolgação e cautela presentes ao explorar um novo assunto do mercado de fundos.
Os riscos, mesmo com a tranquilidade e beleza da superfície do mar, não foram suficientes para conter minha curiosidade e meu amor pela natureza, adrenalina e aventura. Por isso, me inscrevi em um curso de mergulho para começar minha trilha pelas profundezas.
Essa mesma curiosidade e o espírito explorador nos levam a mergulhar cada vez mais no mercado de fundos. Pensando nisso, podemos dizer que na superfície do mercado financeiro se encontram os ativos de sempre, como os fundos de renda fixa, multimercados e de ações tradicionais. Todas essas classes com gestores que conseguem entregar ótimos retornos ajustados pelo risco, com liquidez considerável, raramente ultrapassando os 60 dias para resgate.
Ativos alternativos são opção de ganho em renda fixa
Após mais de cinco anos acompanhando o mercado de fundos, acredito que podemos dizer que logo abaixo da superfície se encontra uma multitude de fundos das classes tradicionais com retornos interessantíssimos, acompanhados de uma maior volatilidade e iliquidez, em vários casos superando os seis meses para resgate.
Além disso, se nos aventurarmos mais a fundo, encontraremos os ativos alternativos, entre eles os famosos fundos de private equity e venture capital, e também aos, menos conhecidos, fundos de crédito estruturado.
Esses ativos, muitas vezes encontrados dentro de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), possuem uma estrutura flexível que permite o acesso do investidor, por exemplo, a ativos diferenciados com características de crédito similares às operações oferecidas por bancos aos seus clientes.
Estamos falando de empréstimos consignados, financiamento imobiliário, de veículos ou equipamentos, antecipação de cartão de crédito, empréstimos com garantia real, entre tantos outros. Porém com a diferença de que esses empréstimos são feitos a juros mais acessíveis ou a nichos de empresas em que os bancos não prestam muita atenção.
Dada a flexibilidade da estrutura do FIDC, é possível que um investidor se exponha a diferentes níveis de risco e retorno, com resultados variando entre os “modestos” CDI + 3% ou até mesmo superando os 30% ao ano.
Na trilha de desenvolvimento no mergulho, é preciso investir tempo e dinheiro para se especializar através de cursos, ganhando conhecimento e experiência. Nesses fundos, a situação não é muito diferente.
Para conseguir retornos de 30% ao ano, esses ativos de renda fixa precisam ser extremamente ilíquidos, além de, em certos momentos, correrem o risco de ter perdas superiores a 50%. Em casos raros, uma grande inadimplência ou fraude pode levá-los à perda total do investimento.
Pela iliquidez, potencial de perda, complexidade da estrutura, riscos e análise, além de outros motivos, a CVM determina que aqueles fundos que tenham exposição maior do que 20% a FIDCs e ativos estruturados sejam limitados a investidores qualificados – com mais de R$ 1 milhão em investimentos ou com certificações aprovadas pela CVM. Nos casos de retornos e riscos mais extremos, os fundos ficam restritos apenas a profissionais – com mais de R$ 10 milhões ou que trabalhem no mercado e possuam certificação aprovada pela CVM.
Na minha opinião, a sua parcela de renda fixa não deve ficar concentrada apenas nos fundos tradicionais de crédito e renda fixa. Ela também precisa ter exposição a esses ativos alternativos apimentados.
Pensando nisso, quinta-feira passada (31/03), nós da série Os Melhores Fundos de Investimento inauguramos nossa carteira dedicada a fundos de renda fixa, crédito e alternativos, que inspirou a criação do FoF Melhores Fundos Conservador na Vitreo, oferecendo uma alocação que necessitaria de R$ 3,4 milhões de capital para ser montada e só seria acessível a investidores profissionais, pois possui 3,5% de seu portfólio em fundos restritos a essa classe de investidor e 12,5% em fundos para investidores qualificados.
Dessa forma, esse fundo age como um submarino, permitindo “contratar” através de um investimento mínimo de apenas R$ 100 um veículo que te dará uma carona, sem o comprometimento do enorme capital ou tempo necessário para uma aventura solo.
Um grande abraço,
Bruno Marchesano