Renda Fixa: Para lucrar com a aversão a risco, Santander seleciona título público em maio
Se março já tinha sido um mês de desafios, abril veio para mostrar que sempre dá para piorar. O quarto mês do ano viu o humor dos mercados fechar com dados da economia americana apontando para um cenário ainda resiliente, escalada dos conflitos geopolíticos e a deterioração da fiscal brasileira no médio e longo prazo.
- IPCA+ 9%: ‘É isso que o investidor de renda fixa deveria procurar todo dia’, diz analista; veja 4 recomendações de títulos premium
Esse quadro foi visto em detalhes do dia a dia, com as quedas dos índices mundiais. De acordo com levantamento do Santander, os EUA, as bolsas de NY (média do S&P 500, DJIA e NASDAQ) recuaram 4,5% no último mês, enquanto na Europa (média do FTSE, DAX e CAC) e na Ásia (média dos índices de Shanghai e Nikkei) as quedas foram de 1,1% e 1,4%, respectivamente. Por aqui, o Ibovespa caiu 1,7%.
Do lado corporativo, a novela sobre a distribuição ou não dos dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) manteve os noticiários aquecidos, enquanto o início da temporada de balanços do primeiro trimestre de 2024 (1T24) não chegava.
“Acreditamos que os resultados do 1T24 deverão reforçar que ‘o pior já passou’ para os setores domésticos e que os efeitos defasados do ciclo de flexibilização monetária permitirão uma melhoria no desempenho operacional durante 2024″, apontam Ricardo Peretti e Alice Corrêa sobre o início da divulgação dos relatórios.
Neste contexto, os analistas de renda fixa do banco sugerem alocação no Tesouro Direto. Mais uma vez, o Santander opta pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035.
- ‘IPCA+ é o que eu mais gosto hoje’, diz analista especializada: veja 4 títulos de renda fixa que pagam com prêmio real de até 9% ao ano
“Se os ventos domésticos se provarem favoráveis para os ativos de risco (menores ruídos políticos, inflação convergindo à meta no médio prazo e promessas de responsabilidade fiscal em 2024), podemos ver um menor prêmio de risco para os títulos públicos reais, favorecendo a marcação a mercado deles”, explicam no documento.
Eles afirmam ainda que, caso a percepção de risco piore e o dólar volte a se valorizar, “a proteção contra a inflação do título recomendado exercerá sua função”.