Olhos atentos ao fiscal e aos EUA: O que mexe com a renda fixa e o Tesouro Direto nesta semana
Na última semana, o governo anunciou o congelamento de R$ 15 bilhões nas despesas, o que reforçou o compromisso das autoridades com o equilíbrio fiscal. No entanto, economistas avaliam que a medida não é suficiente para conter o risco fiscal e que será necessário um contingenciamento maior das despesas até o final deste ano, dependendo do crescimento das receitas.
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Com isso, os juros futuros brasileiros encerraram a semana com forte abertura por toda a extensão da curva. As taxas de juro real também tiveram aumento com as NTN-Bs (Tesouro IPCA+) se consolidando no patamar de 6,20%, segundo a leitura da equipe de renda fixa da XP Investimentos.
Enquanto isso, no mercado internacional, o destaque foi para os dados das vendas de varejo divulgados pelos Estados Unidos, que se mantiveram inalteradas em junho. Já na Europa, o foco ficou para a decisão da manutenção nas taxas básicas de juros.
Entre os títulos do Tesouro, os papéis fecharam mistos durante a semana, com a maior queda semanal sendo da NTN-F 2033, a -1,42%. Por outro lado, a que apresentou maior variação positiva foi a LFT 2030, com 0,22%.
Enquanto isso, no mercado secundário de crédito privado brasileiro, os spreads das debêntures indexadas ao CDI terminaram a semana em queda. O índice IDEX-DI fechou em 1,83%, contra 1,85% da semana passada.
Os prêmios das debêntures isentas também diminuíram, ainda de acordo com a XP. O fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 1,16 bilhão, sendo R$ 525 milhões em debêntures incentivadas, R$ 218 milhões em CRIs e R$ 290 milhões em CRAs.
O que mexe com a renda fixa e o Tesouro Direto nesta semana?
Para começar, nesta segunda-feira (22) o mercado recebe as novas projeções do Relatório Focus.
Ainda hoje é esperado o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, aguardado para que a junta econômica do país saiba o que deverá ser contingenciado ou bloqueado para conseguir cumprir com o novo arcabouço fiscal anunciado.
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Depois, na quarta-feira (24), o destaque fica para a agenda internacional, quando Alemanha, Zona do Euro e EUA divulgam seus Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
Na quinta-feira (25), o Brasil divulga a nova leitura do IPCA-15. Divulgado pelo IBGE, o Índice difere do IPCA por conta do período de coleta, que vai desde o dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência.
Em junho, o IPCA-15 registrou uma variação mensal em 0,39%.
Já entre quinta e sexta-feira, os Estados Unidos divulgam o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, em inglês).
A leitura pode trazer novas boas notícias para o Federal Reserve (Fed), o Banco Central do país, que espera para cortar as taxas de juros locais.
Além da agenda de indicadores, vale a pena ficar de olho nos desdobramentos para os mercados da desistência do presidente dos EUA, Joe Biden, de disputar a reeleição.
*Com Giovanna Castro