Renda fixa ofusca sinais de virada da Bolsa brasileira em 2023, mostra pesquisa da XP
A renda fixa ainda ocupa fatia extremamente alta nas carteiras dos investidores em 2023, ofuscando até sinais de retomada da Bolsa brasileira e oportunidades na renda variável.
Conforme a XP, cerca de 80% dos investidores têm interesse em Tesouro Direto e 58% em fundos de renda fixa, mostra levantamento feito com 161 assessores de investimentos e divulgado em maio.
Consequentemente, a manutenção da taxa Selic a 13,75% ao ano ainda faz com que muitos prefiram títulos indexados ao CDI, como o Tesouro Selic.
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No entanto, o intenso fechamento dos juros futuros ao longo do ano já indica que essa farra está com os dias contados e outros indexadores têm relação de risco-retorno interessante, conforme analistas.
Renda fixa engole Bolsa mais atrativa
O Money Times notou mais recentemente que gestores estão mais confiantes com a retomada da Bolsa brasileira.
Nesse contexto, o Itaú BBA sinaliza que o investidor estrangeiro já enxerga o Brasil como mais atraente que outros mercados emergentes. Já o gestor José Rocha, da Dahlia Capital, afirma que a virada da bolsa brasileira está próxima de acontecer.
Atualmente, o Ibovespa (IBOV) negocia a um preço sobre o lucro (P/L) de 5,45 vezes, o menor patamar desde o primeiro mandato do governo do presidente Lula, ainda em 2002, conforme a plataforma Oceans 14.
Em contrapartida, a maioria dos investidores quer diminuir posições em renda variável, mostra pesquisa da XP com assessores de investimentos.
Segundo os profissionais de mercado, 80% dos investidores têm de 0% a 25% da carteira em renda variável e 14% entre 26% e 50%. Ainda, 4% dos clientes possuem de 51% e 75% do total nessa classe, e apenas 1% entre 76% e 100%.
Em torno de 58% dos entrevistados pela XP pretendem manter a parcela de renda variável, dois pontos percentuais a menos que em comparação a abril.
Porém, 33% dos investidores visam diminuir a posição em ações brasileiras e fundos, o que representa uma alta de 11 pontos percentuais em relação ao mês passado.
Logo, apenas 9% dos investidores têm o interesse de aumentar sua alocação em renda variável, queda de 10 pontos percentuais no mesmo intervalo.