Renda fixa já paga 5,6% ao ano acima da inflação e abre janela única em 2022
A atenção dos investidores está direcionada nesta Super Quarta para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o novo patamar da taxa Selic, que deve caminhar de 10,75% para 11,75% ao ano, potencializando os ganhos da renda fixa.
Emprestar dinheiro para bancos, empresas ou até mesmo ao governo brasileiro e receber juros por isso é o que configura o conceito de renda fixa.
Em 2022, a modalidade abriu uma janela de oportunidade que já não era vista desde 2016 no Brasil, e caminha para bater os ganhos da renda variável, explica Myrian Lund, planejadora financeira pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar).
“Hoje, é possível o investidor encontrar títulos atrelados à inflação pagando 5,6% ao ano acima do IPCA com vencimento em apenas cinco anos. É difícil encontrar uma rentabilidade real como essa em qualquer lugar do planeta”, afirma.
Uma taxa de juros real tão expressiva não costuma durar muito. Na média, fundos de previdência privada costumam pagar 4,5% acima da inflação. E vale lembrar que em 2021, o Ibovespa (IBOV) acumulou queda de 11,93%.
“Uma vez superada as tensões da guerra na Ucrânia e o resultado das eleições brasileiras, é esperado que prêmio acima da inflação caia para em torno de 3,5%”, completa.
Diversificação na renda fixa
A cada 45 dias o termo Selic toma as manchetes e desperta o interesse dos investidores, mas na verdade são três a taxas de juros presentes na renda fixa.
De acordo com a planejadora financeira, diversificar na renda fixa é tão necessário como no caso das aplicações em ações, fundos imobiliários ou criptomoedas.
O CDI é a taxa mais próxima ao rendimento da Selic e que norteia principalmente os rendimentos dos CDBs. Nele é possível ter acesso a investimentos com liquidez diária também.
Já a taxa prefixada normalmente paga um prêmio maior que a taxa Selic e o CDI. Quanto mais longa for a data de vencimento do título prefixado maior tende a ser a rentabilidade. No entanto, é o título que mais corre risco de sofrer deságio a depender da conjuntura econômica.
Os títulos de inflação (conhecidos como Tesouro IPCA+) como já mencionados estão em um momento ímpar, segundo Lund.
“O importante é não colocar todos os ovos numa caixa só. Uma carteira de renda fixa composta de 40% em Tesouro IPCA+ de vencimento mais curto, 40% em títulos de CDI e 20% em papéis prefixados já é interessante”, afirma.
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