Renda Fixa: Expectativa de Selic a 12,25% ainda gera oportunidades; entenda
O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia nesta quarta-feira (1º) a decisão sobre a taxa Selic. A expectativa do mercado é de que o Banco Central realize um corte de 0,50 ponto percentual, passando de 12,75% para 12,25%.
No entanto, os analistas divergem quanto ao ritmo dos cortes no próximo ano, o que acaba impactando os juros futuros e, consequentemente, a renda fixa.
O boletim Focus desta segunda-feira (30) apontou que a taxa Selic ao fim de 2023 continua em 11,75%. Já para o ano que vem, ela passou de 9% para 9,25%. Enquanto isso, o mercado futuro precifica próximo de 11% a taxa terminal.
“Com o cenário mais duvidoso, não com relação ao curto prazo, mas com relação ao médio e longo prazo, ficou ainda mais difícil a gente tentar prever o que seria a Selic terminal”, disse o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge.
O profissional lembra que, há quatro semanas, o mercado trabalhava com uma expectativa entre 8% e 9% e, hoje, depois das altas nas taxas de juros e dados econômicos dos Estados Unidos, o mercado cogita a possibilidade entre 10% e 10,5%.
“Se esse cenário mudar no ano que vem, pode ser que haja uma mudança de postura do Banco Central, mas, com a fotografia que a gente tem hoje, se tudo continuar melhorando, mesmo que nesse ritmo lento que a gente tem observado, a expectativa é de que o BC siga com cortes de juros”, analisa Jorge.
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E como fica a renda fixa?
Aos investidores que buscam se beneficiar da queda da Selic, o economista e sócio-fundador da GT Capital, Rodrigo Azevedo, recomenda títulos prefixados com prazo entre 3 a 5 anos e títulos atrelados à inflação de prazos mais longos. Isso porque há essa divergência de taxa Selic terminal. Azevedo acredita que, com a abertura da curva de juros futuro, seja o mais prudente a se fazer.
O especialista em renda fixa reitera que os investimentos de longo prazo não são recomendados porque o mercado está muito volátil. “As últimas semanas promoveram algumas oportunidades boas, tanto no mercado pós-fixado e prefixado quanto no mercado de inflação, mas essas posições têm sofrido bastante porque a taxa de juros não para de subir, dado todo esse conceito macroeconômico, principalmente com relação aos Estados Unidos”, analisa.
Ao investidor que não tem apetite para risco, a recomendação é que evite vértices mais distantes e fique em vértices mais curtas, mesmo que em posições pós-fixadas. Agora, se o investidor quiser fugir dessa volatilidade dos ativos prefixados, os ativos pós-fixados ainda são as melhores opções e entregam, segundo Jorge, uma boa rentabilidade.
“No caso daqueles que possuem o objetivo de carregar o investimento até a data do vencimento e ele não está preocupado com a volatilidade, alguns ativos prefixados para 2026-2027 fazem sentido”, aponta.