Renda Fixa: Estrategista do Itaú BBA que superou CDI revela como investir no Tesouro Direto
O estrategista de renda fixa Lucas Queiroz, do Itaú BBA, conseguiu superar o rendimento do CDI em fevereiro (+0,92%), com uma seleção de títulos públicos negociados no Tesouro Direto (+0,94%).
E com tantos indexadores (prefixados, pós-fixados e atrelados ao IPCA) e prazos de vencimento (curtos, intermediários e longos) disponíveis no Tesouro Direto, vale a pena conferir o que um especialista de renda fixa está preferindo no momento.
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Segundo Queiroz, mesmo com a perspectiva de desinflação no acumulado do ano, os economistas ainda se mantêm céticos quanto à possibilidade de corte da taxa Selic nos próximos meses, como demonstra o relatório Focus.
Na prática, isso quer dizer que é melhor investir um percentual maior em títulos pós-fixados, aqueles atrelados à Selic efetiva e ao CDI, que rendem em torno de 13,65% ao ano.
“A minha recomendação segue alocada em sua maior parte em ativos de renda fixa pós-fixados. O cenário para investimentos em 2023 ainda está muito aberto, com muitas discussões cruciais ainda sem definição”, escreve o estrategista do Itaú BBA em carta mensal aos clientes.
O Tesouro Selic 2026 é o título público mais preparado para lidar com o ritmo de desaceleração da economia dos Estados Unidos e as medidas a serem adotadas pelo governo Lula no tocante à política fiscal.
Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+
Nem todas as fichas do investidor de renda fixa devem se concentrar no Tesouro Selic. Na visão do estrategista, já é possível separar parte dos investimentos para títulos públicos prefixados e também indexados ao IPCA.
Seja pensando em ganhos de marcação a mercado com a venda antecipada ou na estratégia de travar uma rentabilidade e levar a vencimento, os juros pagos pelo Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+ estão elevados demais para serem ignorados.
Após dados de atividade e inflação no Brasil serem divulgados, o Itaú BBA vê que é hora de investir em títulos prefixados de prazo intermediário, representados pela recomendação do Tesouro Prefixado 2026.
Já para quem gosta de operar com vencimentos de longo prazo, a preferência continua pelos títulos públicos indexados ao IPCA ao invés dos prefixados, considerando nível elevado de inflação implícita.
Carteira recomendada no Tesouro Direto
Veja a seguir a carteira recomendada pelo estrategista de renda fixa do Itaú BBA com títulos públicos no Tesouro Direto:
Título Público | Indexador | Rentabilidade (%)* | Quanto investir (%) |
---|---|---|---|
Tesouro Selic 2026 | Pós-Fixado | Selic + 0,0817 | 50 |
Tesouro Prefixado 2026 | Prefixado | 12,52 ao ano | 10 |
Tesouro Prefixado 2029 | Prefixado | 13,16 ao ano | 5 |
Tesouro IPCA+ 2029 | Inflação | IPCA + 6,03 | 20 |
Tesouro IPCA+ 2035 | Inflação | IPCA + 6,39 | 15 |
*As taxas de rentabilidade anual foram consultadas na sexta-feira (10). Os valores podem variar, já que os títulos públicos no Tesouro Direto são marcados a mercado.