Renda Fixa: Entenda por que XP está inquieta com as próximas reuniões do Copom
Em relatório recente, os analistas de renda fixa da XP Inc. disseram estar mais preocupados com as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do que a de agora.
Isso porque a o cenário já está desenhado para que haja um corte de 0,50 pontos percentuais na taxa Selic nesta quarta-feira (13), que, inclusive, já foi reforçado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em suas aparições recentes em eventos do setor financeiro.
O fator que faz os analistas da instituição ficarem atentos para esta reunião de hoje é o direcionamento que ela pode dar para as futuras projeções em 2024 para a renda fixa.
“Acreditamos que esta orientação futura seja mantida e, caso nosso cenário-base se concretize, esperamos um movimento mais brando na curva de juros, uma vez que o corte de 0,50 p.p. já é a expectativa de quase a unanimidade dos agentes de mercado. Sendo assim, uma movimentação seria resultado de correção da pequena parcela daqueles que esperavam corte maior”, explicou o relatório.
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Caso as especulações de novos cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões não se concretizem e avancem, o relatório diz que é possível que a curva apresente um movimento de queda mais acentuado nos vértices mais curtos, com o mercado antevendo um movimento de aceleração da flexibilização do afrouxamento monetário pelo BC.
A XP, no entanto, reitera que seu posicionamento é de que haja menos espaço para uma eventual aceleração no ritmo de redução de juros no próximo ano.
Como a renda fixa seria impactada?
Mesmo com cenário de queda e de possível aceleração na flexibilização, a instituição financeira ressalta sua visão positiva para a renda fixa de maneira geral, principalmente para títulos atrelados à inflação (IPCA).
“As taxas de juros nominais permanecem elevadas, acima de dois dígitos, e as taxas reais (acima da inflação) continuam em patamares interessantes, em nossa opinião. Adicionalmente, as projeções indicam que a inflação deve permanecer acima da meta nos próximos anos. Por fim, ainda é necessária cautela, com os riscos locais e globais a serem monitorados, o que favorece a alocação em ativos como a renda fixa”, afirma o relatório.