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Renda fixa é suficiente para blindar seus investimentos nas eleições 2022?

28 set 2022, 14:35 - atualizado em 28 set 2022, 14:35
Renda Fixa
Muitos já torcem o nariz para a renda fixa, mas sem espaço para cortes da taxa Selic, é melhor blindar seus investimentos agora. (Imagem: Unsplash/Brock Wegner)

O que acontece nos mercados globais tem feito muito mais preço na renda fixa do que as eleições 2022.

Embora o resultado seja apenas conhecido no próximo dia 2 de outubro, o mercado já trabalha com seu cenário base e os investidores já buscam blindar os seus investimentos.

“A eleição brasileira já está até precificada, mas o investidor estrangeiro acaba olhando um Brasil a longo prazo, em 10, 15 ou até 20 anos e quando ele enxerga isso, não se vê tanta diferença entre um governo ou outro”, explica André Crepaldi, diretor de gestão de Patrimônio da WIT.

Os preços e taxas oferecidos pela renda fixa brasileira estão muito mais à mercê do ciclo de juros nos Estados Unidos e na Europa com guerra até mais que a própria eleição, com ambos candidatos na frente das pesquisas trazendo maior risco fiscal.

O rali de alívio teve curta duração nesta quarta-feira (28).  A renda fixa nos Estados Unidos voltou a ficar mais atrativa.

Os treasuries de 10 anos chegaram a superar o rendimento de 4% ao ano mais cedo, ao passo que títulos públicos de 2 anos encostaram  em 4,3% ao ano.

Ainda é hora da renda fixa

O Brasil está na vanguarda mundial por ter iniciado o ciclo de elevação de juros bem antes dos EUA e da Europa. A taxa Selic chegou no seu auge aos 13,75% ao ano, conforme sinalizou o Banco Central na última ata do Copom.

Com essas informações em mãos, a atitude mais simplista seria abandonar a renda fixa e girar a carteira de volta à renda variável, comprando ações e fundos imobiliários que apanharam bastante na pandemia e devem ganhar mais valor diante da queda da Selic.

O grande risco dessa estratégia é que o ambiente não está tão cravado na pedra, o que deixa os mais desavisados bastante expostos a perder dinheiro.

A elevação dos juros nos EUA sempre desvia o fluxo de capitais dos países emergentes, como o Brasil. Não há como fugir dessa dinâmica. É natural que os investidores tendam a preferir os títulos  americanos, principalmente agora com taxas bem mais altas.

O efeito mais óbvio desse quadro é que talvez o Brasil seja obrigado a manter a Selic mais alta por mais tempo para que o diferencial de taxa de juros entre as duas economias continue atrativo.

A renda fixa é um investimento para se fazer agora no Brasil. Ela continua pagando boas taxas, com uma inflação mais baixa, então você tem um rendimento real maior. Nesse momento de volatilidade na bolsa é o momento de ficar posicionado em ativos menos arriscados”, argumenta Rodrigo Sodré, economista e sócio da BRA.

Outro ponto que joga à favor da renda fixa brasileira são as concessões à iniciativa privada feitas pelo Ministério da Infraestrutura, que hoje somam quase R$ 1 trilhão, podendo ajudar na atração de capitais para nossa economia via crédito privado (CRAs, CRIs e debêntures).

No pior cenário, o que pode acontecer é que as taxas de juros subam muito além dos 13,75% atuais e isso acabe desvalorizando os títulos pré-fixados de quem comprou apostando que o ciclo de alta chegou ao fim.

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Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
lucas.simoes@moneytimes.com.br
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