Renda Fixa

Renda fixa é oportunidade ou ‘cilada’? Analista da Kinea responde

26 jun 2024, 14:55 - atualizado em 02 jul 2024, 14:15
renda fixa - vagner alves
Na foto, Vagner Alves, analista de investimento da Kinea Investimentos. (Imagem: Divulgação)

Aos investidores que estão buscando a renda fixa como uma alternativa à aversão ao risco, o momento pede cautela até mesmo para esta classe de ativos, segundo a avaliação de Vagner Alves, analista de investimento da Kinea Investimentos, plataforma de gestão de fundos com R$ 137 bilhões sob gestão.

“Para qualquer investimento acho que ainda é um período de bastante cautela e incerteza. O mercado e a indústria de fundos estão machucados desde o ano passado, então são quase dois anos e com um cenário que está mudando muito rápido”, pondera.

O alerta não é para pouco, em apenas seis meses o cenário de juros no Brasil e nos Estados Unidos mudaram drasticamente. Se em janeiro deste ano o Relatório Focus apresentava uma taxa Selic ao final de 2024 em 9%, agora, a previsão é de que o ano se encerre aos 10,50%, atual patamar.

Ainda que no último Focus, divulgado nesta segunda-feira (24), a previsão para o ano seguinte ainda está em 9,50%, o que não é o esperado pela equipe de gestores da Kinea.

Alves reflete que as expectativas do Focus, no curto prazo, ainda possam seguir uma trajetória de piora motivada principalmente pela depreciação do câmbio, que em sua avaliação, ainda não foi completamente incorporada no relatório.

No entanto, o time segue otimista com relação à inflação já que suas projeções, segundo o profissional, são mais benignas do que o mercado tem avaliado. Para a Kinea, a inflação para esse ano gira em torno de 3,70% a 3,80%, enquanto o restante projeta 4,40%, o que reforça a tese do gestor de renda fixa de que a taxa Selic se mantém no atual patamar sem nenhuma alta até o final do ano, pelo menos.

Para onde a Kinea está olhando

Neste cenário, a gestora tem alocado recursos em juros mais curtos, apostando que o Banco Central não vai ter que subir juros este ano e, ao mesmo tempo, também estão de olho em posições vendidas em inflação implícita (diferença entre a taxa de juros nominal e a real) curta.

Para o investidor pessoa física, Alves pondera que a volatilidade dos próximos meses torna os investimentos em juros pré-fixados mais atraentes dos que em pós-fixados.

“A gente tem um prêmio na curva hoje, mas não é simples achar que o ano que vem será tranquilo para o BC voltar a reduzir juros, a gente não está com essa cabeça”, avalia o analista.

Olhando para os títulos do Tesouro IPCA+, as taxas estão elevadas e neste mês chegou a bater as suas máximas do ano, com rendimentos chegando próximo aos 6,5%, o que é uma rentabilidade elevada para o histórico.

Porém, Alves faz a ressalva de que para entrar em um título como este “tem que ter estômago e saber que pode ter volatilidade, saber que se o cenário aqui no Brasil piorar no curto prazo, as taxas vão abrir mais”.

Para a Kinea, os próximos três meses serão decisivos para entender qual será o cenário para o ano que vem, uma vez que diversos assuntos que assombram os mercados podem começar a caminhar. Entre eles, as medidas fiscais que serão adotadas pelo governo para a perseguição da meta fiscal e a mudança do presidente do Banco Central.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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