Renda Fixa

Renda fixa: É hora de investir mais em títulos indexados à inflação; veja como

04 abr 2023, 14:33 - atualizado em 04 abr 2023, 14:33
Inflação
BTG Pactual aumenta recomendação de títulos de renda fixa indexados à inflação, preferindo prazos de vencimentos mais longos. (Imagem: Pixabay/ Geralt)

Investir em títulos de renda fixa indexados à inflação faz mais sentido agora do que nunca no Brasil, segundo o BTG Pactual.

Após sinais de uma crise bancária no exterior e um arcabouço fiscal com menor potencial de baixar a taxa Selic dos atuais 13,75% ao ano, é notável que a trajetória do IPCA está mais desafiadora neste ano.

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A alocação em títulos pós-fixados que seguem o CDI, como o Tesouro Selic, perdeu terreno entre os analistas do banco. Desde a carteira de investimentos mais conservadora até a mais arrojada, a fatia de renda fixa pós-fixada foi preenchida por títulos atrelados ao IPCA com duration maior.

No mês de abril, a carteira conservadora, cuja renda fixa representa 81,5% da alocação total, a parcela de títulos indexados ao CDI diminui de 70% para 67%, em relação ao mês de março. Por sua vez, a recomendação de títulos atrelados ao IPCA aumentou de 9,5% para 12,5% no período.

Até mesmo na carteira sofisticada, com 57% do portfólio exposto à renda variável, a parcela de renda fixa pós-fixa caiu de 25% para 22%. Em contrapartida, o BTG Pactual elevou sua recomendação em títulos de inflação de 12,5% para 15,5%.

“Em relação à duration dos títulos de inflação, alongamos de seis para oito anos em média, com maior atratividade entre os vértices 2030 e 2045, em função do ganho de inclinação na curva ao longo do ano”, afirmam os analistas do banco em relatório enviado a clientes neste mês.

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Como investir em renda fixa

No Tesouro Direto, dois títulos públicos atrelados à inflação se encontram dentro dos prazos de vencimentos indicados pelo BTG Pactual, sendo o Tesouro IPCA+ 2035 e o Tesouro IPCA+ 2045.

Fora do Tesouro Direto, é possível encontrar títulos indexados ao IPCA sem cobrança do imposto de renda, casos de investimentos como CRAs, CRIs e debêntures incentivadas. O banco indica exposição de até 25% em títulos de crédito privado atrelados à inflação.

Apesar dos títulos prefixados performarem melhor que o CDI em março, liderando os ganhos na renda fixa, o risco da inflação explodir e consumir todo o lucro dos prefixados ainda demanda cautela.

Entre os títulos públicos no Tesouro Direto, o Tesouro Prefixado 2029 foi o que mais rendeu no mês anterior, com valorização de 4,5%, superando o lucro de 1,14% do Tesouro Selic 2026 no período.

“Mantemos posições em títulos prefixados com vencimentos de 2025 e 2026. Ainda não vemos fatores concretos que possam reancorar as expectativas de inflação e, por sua vez, a duration de 2 anos e meio é a mais assertiva neste cenário”, destaca o relatório.