Renda Fixa

Renda fixa curta tem retorno 3 vezes melhor do que títulos longos nos últimos 10 anos

20 jul 2022, 15:38 - atualizado em 20 jul 2022, 16:20
Renda Fixa
Renda fixa longa tem sido furado no Brasil nos últimos dez anos. Títulos públicos com vencimento em até cinco anos seguem como melhor opção. (Imagem: Freepik)

Investir dinheiro na renda fixa na banda mais curta tem se mostrado mais lucrativo e seguro nos últimos 10 anos no Brasil, enquanto quem se arriscou em títulos públicos com vencimentos maiores que cinco anos teve retorno menor e correu muito mais risco.

O indexador IMA-B-5, que reflete uma carteira com títulos públicos indexados ao IPCA com vencimento em até 5 anos, teve rentabilidade superior ao CDI em nove dos últimos dez anos e ainda superou o IMA-B, índice composto por títulos indexados à inflação com vencimentos que podem chegar a 2055.

A Sparta, gestora especializada em renda fixa e no mercado de créditos privados, revela que apesar do maior risco (volatilidade), o retorno do IMA-B não é superior ao da carteira de títulos públicos de até cinco anos, que tiveram retorno por risco quase três vezes melhor.

O índice Sharpe, que avalia a consequência direta na relação de retorno por risco, mostra que o IMA-B-5 entre junho de 2012 até junho de 2022 somou 0,72 ponto. Já o IMA-B no mesmo período somou apenas 0,25 ponto.

Quando ambos os índices são confrontados com o CDI, o IMA-B-5 também leva a melhor superando o CDI em 2,2% nos últimos 10 anos, ao passo que o IMA-B avançou 1,9%.

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Procura no Tesouro Direto

Os juros futuros seguem a tendência de alta ultimamente, com as taxas chegando nas máximas dos últimos sete anos.

No mercado primário de títulos públicos, o Tesouro Nacional não conseguiu vender integralmente o lote dos títulos indexados à inflação (NTN-B), mesmo apresentando taxas acima de IPCA + 6,2% no leilão.

Em outras palavras, o que os investidores querem são juros maiores para poder aplicarem em títulos de renda fixa. E um dos principais destinos continua sendo o Tesouro Direto.

No balanço mais recente, o número de investidores ativos chegou a 1,975 milhão, uma variação de 29,5% nos últimos 12 meses. Em maio, o acréscimo foi de 39.702 novos investidores ativos.

O levantamento com os dados de junho ainda não foi divulgado pelo Tesouro, mas deverá apontar o marco de 2 milhões de investidores ativos, evidenciando a procura por taxas de juros atrativas e com a segurança que a renda variável não é capaz de oferecer.

Tesouro Direto em 2022

O ritmo de crescimento dos investidores ativos no Tesouro Direto tem acelerado consideravelmente em 2022.

Em janeiro, o acréscimo foi de apenas 13,2 mil novos investidores ativos. Já em março, o saldo saltou para 37,9 mil investidores ativos.

Para Rodrigo Sodré, economista e sócio da BRA,  a tendência é realmente de crescimento no número de investidores ativos no Tesouro Direto dado o aumento das taxas de juros ao longo de 2022.

As pessoas já começam a perceber que a poupança não é mais um bom negócio, com boa parte dos investidores migrando o dinheiro da caderneta para os títulos públicos de renda fixa”, explica Sodré.

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