Com ciclo de alta da Selic, entenda como saber se você está ganhando ou perdendo dinheiro na Renda Fixa
Se ninguém te contou ainda, saiba: os rendimentos na renda fixa não são fixos (como muitos podem acreditar pelo nome). Inclusive, é possível perder dinheiro.
Portanto, é importante o investidor ficar de olho e conferir se realmente está se saindo bem na renda fixa.
O ciclo de alta da taxa Selic, que está prestes a voltar aos dois dígitos, provoca uma intensa procura por títulos de renda fixa.
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) foi o produto de renda fixa que mais cresceu em 2021, de acordo com dados divulgados pela Anbima.
Então, como é possível descobrir se as aplicações estão com ágio ou deságio (valorização ou perda, respectivamente), ainda levando em conta os diferentes produtos de renda fixa ofertados no mercado?
“A renda fixa só é fixa quando o título é mantido até o vencimento. Neste intervalo, ocorre a marcação a mercado que pode levar o investidor a ganhos e perdas, caso haja o resgate antecipado. O que mexe com os rendimentos é a curva de juros”, afirma Marcos Moreira, sócio da Nexgen Capital.
O especialista explica ao Money Times que o comportamento da curva futura de juros compreende as expectativas do mercado em relação a taxa básica de juros.
Ou seja, o mercado projeta onde a Selic vai estar nos próximos dois, cinco ou dez anos, por exemplo.
O cenário de incertezas econômicas e políticas também fazem preço na renda fixa, juntamente com avaliação de risco de crédito do emissor, que pode ser o próprio governo brasileiro, nos títulos públicos, e as empresas, pensando nos títulos privados.
Tesouro Direto, CDBs, CRAs, LCIs, debêntures…
No caso de títulos do Tesouro Direto, que são marcados a mercado diariamente (ou seja, todos os dias refletem ágios e deságios que podem ocorrer), é possível conhecer tais movimentos através da própria plataforma do Tesouro ou até mesmo na sua carteira de investimentos.
“O atalho para verificar se houve ágio ou deságio é comparar a taxa de juros praticada hoje pelo mercado e aquela no momento da compra do título de renda fixa”, sintetiza Moreira.
Acompanhe o exemplo: um investidor aplicou em um título prefixado que pagava juros de 10% ao ano. Após 12 meses, o mercado passa a precificar o mesmo título a uma taxa de 12% ao ano. Nesta situação, o investidor sofre um deságio, ou seja, o título que se tem paga menos que o mercado.
Por outro lado, outros ativos de renda fixa como CDBs, LCIs, debêntures, CRAs, etc, são “marcados na curva”.
Isso significa que tais investimentos mostram qual seria a rentabilidade acumulada no período com base na taxa combinada no momento da compra, sem levar em consideração as condições do mercado.
No entanto, é importante ressaltar que, caso o investidor queira vender o ativo antecipadamente, é preciso verificar qual o preço e a taxa aos quais o papel está sendo negociado no mercado secundário naquele momento.
