Renda fixa: Com Selic a 10,75%, XP não mexe em time que está ganhando

Em relatório recente, os analistas de renda fixa da XP Investimentos disseram estar despreocupados com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que se estenderá até esta quarta-feira (20). No entanto, eles aguardam novos direcionamentos do Banco Central.

O cenário já está desenhado para que haja um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) na taxa Selic, passando da atual taxa de 11,25% para 10,75%, sem a presença de um cenário alternativo relevante. A questão é se o tom da comunicação do BC será mantido, com guidance de mais dois cortes de 0,50 p.p.

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As projeções do time da XP é de que a taxa terminal será de 9% no ano, com quatro cortes adicionais de 0,50 p.p. e um ajuste final de 0,25 p.p., levando a taxa Selic para o patamar projetado. A manutenção desse cenário está prevista, pela equipe, até o fim de 2025.

Nesse cenário, como a renda fixa seria impactada?

Mesmo com cenário de queda na taxa de juros, os analistas seguem com a visão positiva para a renda fixa de maneira geral e avaliam que as taxas de juros nominais irão permanecer elevadas, acima de dois dígitos, enquanto as taxas reais (acima da inflação) continuam em patamares “interessantes”. Os títulos atrelados ao IPCA+ seguem sendo as indicações da casa.

“Acreditamos que esta orientação futura ainda seja mantida nesta reunião, apesar dos riscos terem aumentado. Caso nosso cenário-base se concretize, esperamos queda dos vértices intermediários, já que parte relevante do mercado espera a retirada do instrumento ou sua troca pela versão no singular (próxima reunião), que precifica cerca de 50% de chance de corte de 0,5 p.p. em junho e 40% de chance de uma desaceleração para 0,25 p.p.”, explica o documento.

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A análise destaca ainda que é importante estar atento ao mercado, já que, na última Super Quarta, o discurso do Federal Reserve foi mais expansionista e, posteriormente, precisou ser corrigido diante dos dados fortes de inflação no país, o que mudou os rumos dos cortes nos Estados Unidos.

Apesar de o BC se atentar mais às métricas domésticas já há algumas reuniões, a curva de juros futuros pode ser reprecificada diante da decisão do Fed.