Renda fixa bate recorde no mercado ao emitir R$ 457 bilhões em 2022; CRAs e CRIs puxam alta
As emissões na renda fixa bateram recorde no mercado de capitais e somaram R$ 457 bilhões. Trata-se do maior resultado da série histórica, iniciada em 2012, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Com o quadro de alta de juros no Brasil, as empresas optaram por pegar dinheiro emprestado no mercado através de instrumentos como CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e debêntures.
Embora as ofertas de debêntures tenham somado R$ 271 bilhões e salto de 8,2% no período, o crescimento em participação de mercado da renda fixa ficou à cargo dos produtos securitizados (CRAs e CRIs).
“Isso demonstra a força e a maturidade que o nosso mercado de capitais doméstico atingiu nos últimos anos. Mesmo diante de desafios nos cenários interno e externo, a renda fixa teve um bom desempenho em 2022”, afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima.
CRAs e CRIs puxam renda fixa
No mercado de securitização, os CRAs somaram R$ 40,8 bilhões, com avanço de 62,4% no ano passado. O número de operações cresceu na mesma base de comparação, passando de 185 em 2021 para 302 em 2022.
Já os CRIs totalizaram R$ 50,3 bilhões no ano, resultado que representa alta de 48,5% sobre 2021. Foram 677 operações, contra 623 no ano anterior.
Os resultados dos CRIs e dos CRAs também são recordes da série histórica da Anbima.
Para Guilherme Maranhão, vice-presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, o avanço dos CRAs está relacionado ao lançamento do Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais), em 2021.
“Os fundos dessa categoria passaram a ser grandes compradores de CRAs. Ou seja, é a regulação contribuindo ao desenvolvimento do mercado de capitais”, destaca o especialista. Em 2022, os fiagros captaram R$ 7,1 bilhões.