Coluna do Beto Assad

Renda fixa ainda vale a pena com Selic atual? Lula e Bolsonaro podem fazer mais preço

28 out 2022, 15:42 - atualizado em 28 out 2022, 15:42
Renda Fixa
Quais são as melhores oportunidades em renda fixa em meio ao embate final entre Lula e Bolsonaro nas eleições 2022? Leia a coluna do Beto Assad, consultor para o Kinvo. (Imagem: Adobe Stock/Montagem: Giovanna Figueredo)

Tivemos no dia 26 de outubro a conclusão da penúltima reunião do Copom no ano, onde ocorreu a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano e uma clamaria na renda fixa.

Pode-se dizer que a reunião foi apenas “protocolar”, já que a grande maioria do mercado esperava pela manutenção da taxa, dado o andamento da economia.

Além do mais, dificilmente o comitê iria fazer alguma alteração na Selic na véspera do segundo turno das eleições 2022.

Isso poderia adicionar um componente desnecessário de volatilidade num momento em que os ânimos já estão bem exaltados, seja dos investidores, seja da população em geral.

Assim, com a taxa básica de juros do país permanecendo no mesmo patamar pelo menos até dezembro, o que muda no universo dos investimentos?

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Na prática, não muda nada

Os investimentos atrelados ao CDI (que acompanha “corpo a corpo” a variação da Selic) continuam hoje oferecendo ótimas oportunidades, já que as rentabilidades oferecidas estão ganhando com folga da inflação.

A projeção para o IPCA até o final de 2022, medido pelo último Boletim Focus, é de 5,60%. Ou seja, menos da metade do valor em que a Selic deve fechar o ano.

Já os investimentos indexados pela inflação também têm ajudado aos investidores mais conservadores, que preferem se proteger da variação do IPCA por meio da renda fixa.

Tanto o Tesouro Direto quanto títulos privados têm ofertado ótimos prêmios além da variação do índice oficial de inflação do Brasil.

O Tesouro IPCA+ de vencimento mais curto e 2026, por exemplo, paga mais de 5,5% ao ano além da inflação. E nas instituições financeiras é possível encontrar ofertas ainda melhores.

Hora dos ativos prefixados

No campo dos prefixados, apesar do melhor momento já ter passado, isso não significa que não existam oportunidades.

Sempre digo que um investimento prefixado acaba sendo um pouco mais arrojado, pois quem investe neste produto está apostando contra a inflação e taxa de juros.

Se no Tesouro Direto não temos, por enquanto, nenhum título pré pagando mais do que 12% ao ano, nas instituições privadas é possível encontrar produtos mais atraentes.

Além do mais, se a inflação voltar para cima da casa dos 12% ano no longo prazo, é porque a situação econômica irá se deteriorar num nível não esperado nem pelo mais pessimista dos analistas.

Por fim, e a renda variável?

Como disse no começo, a Selic já está “precificada” pelo mercado até o final do ano no patamar atual. Assim, mais do que a mudança ou não na taxa de juros, o que está ditando o rumo das negociações na bolsa de valores no momento é o segundo turno das eleições.

A expectativa por saber quem será o novo presidente, além das preocupações sobre a possibilidade do pleito eleitoral não se resolver neste domingo, trazem um maior clima de cautela entre os grandes investidores.

Assim, para quem está de fora da bolsa neste momento, o ideal é esperar o cenário se acalmar e ficar mais claro sobre como será a condução da política econômica do país até o próximo ano.

Para quem já está posicionado, continue seguindo sua estratégia e, se for o caso, tome um bom calmante para aguentar a volatilidade que deve entrar na bolsa na próxima segunda.

Brincadeiras à parte, todo o cuidado é pouco neste início de novembro. Boa sorte a todos.

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