Renda Fixa: 3 rumos que o Copom pode dar à Selic e o que fazer em cada um
Os mercados já estão especulando o tamanho da elevação da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), decisão a ser divulgada nesta quarta-feira (16), após o horário de negociações. Títulos de renda fixa podem encarar três cenários e vale pena entender o que está em jogo.
O quadro mais esperado pela maioria dos economistas é uma alta da taxa básica de juros da economia na ordem de 1 ponto percentual (pp), no mesmo ritmo da última elevação há 45 dias.
A taxa Selic passaria dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano.
“Uma elevação de 1 pp na Selic é o que já está precificado nos títulos de renda fixa, portanto, não deve haver grandes surpresas nos preços e taxas dos ativos”, afirma Leonardo Milane, estrategista-chefe da VLGI Investimentos.
O ciclo de alta dos juros é um instrumento usado pelos bancos centrais para conter a inflação. No caso brasileiro, o IPCA tem se mostrado cada vez mais resistente, relutando a ceder.
No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, a inflação oficial do Brasil é de 10,54% de acordo com o IBGE, bem acima do teto estipulado pelo Banco Central.
Nesse contexto, os títulos públicos atrelados à inflação (conhecidos como Tesouro IPCA+) ganham a preferência de recomendação dos analistas, ao passo que conferem rendimentos reais ao investidor em um ambiente de inflação elevada e que não dá alívio ao bolso dos brasileiros.
Todavia, outros dois cenários ainda que menos prováveis de acontecer podem mexer com a rentabilidade da renda fixa no curto prazo.
Outros cenários
É preciso levar em conta que o Copom pode ser pressionado a pisar no acelerador na hora de mexer na taxa básica de juros, cogitando uma arrancada de 1,5 pp ou mais.
Um dos principais fatores para a virada de chave no BC é sem dúvidas o recente reajuste de preços dos combustíveis nas refinarias anunciado pela Petrobras (PETR4).
“Adicionar à Selic mais 1,5 pp definitivamente não está no preço dos ativos e pode provocar uma reação negativa nas marcações a mercado dos títulos de renda fixa no curto prazo”, explica o sócio da VLGI.
Caso o Copom adote um tom mais dovish (menos agressivo) e banque uma alta de juros inferior à esperada pelo mercado como, por exemplo, 0,75 pp, a autoridade monetária pode ser vista como complacente com a inflação.
Mais uma vez, a reação dos títulos de renda fixa poderia ser negativa, considera Milane.
Prefixado, pós-fixado ou Tesouro IPCA+
Independente do tamanho da alta que o Copom confira à taxa Selic, o fato é que os títulos públicos pós-fixados no Tesouro Direto, conhecidos como Tesouro Selic, terão uma rentabilidade superior, já que acompanham diretamente os rumos da taxa básica de juros.
Outro ponto a se considerar é que o Tesouro Selic é o único dos títulos públicos que permite ao investidor vender cotas antes do vencimento sem qualquer chance de perder dinheiro por isso.
Já os títulos prefixados e os atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) conferem mais ganhos à medida que o vencimento dos mesmos são mais longo.
A ressalva é que as aplicações feitas em ambas modalidades estão restritas ao momento da compra e caso o investidor queira se desfazer daquele título de renda fixa antes do vencimento corre o risco de perder dinheiro na marcação a mercado, que ocorre diariamente.
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