Educação Financeira

Renda Fixa: 3 riscos que você precisa saber para nunca mais perder dinheiro

01 maio 2022, 11:00 - atualizado em 26 abr 2022, 15:18
renda fixa
Chega de dar mole na hora de investir na renda fixa: fique por dentro de três riscos comuns para não jogar mais o seu dinheiro fora (Imagem: Shutterstock)

A longo prazo, investimentos em renda fixa podem ter diversas vantagens, como mostrar para o investidor os ganhos que ele terá no momento da aquisição dos títulos até o vencimento deles. Entretanto, existem alguns riscos que podem estar consumindo o seu dinheiro.

Antes de sair de cabeça quente por aí, é preciso entender que cada risco também vai depender de qual tipo de rendimento a renda fixa escolhida terá, os tipos possíveis são: pós-fixado, prefixado e híbrido.

No cenário econômico atual do Brasil, as opções prefixadas passam a ganhar um pouco mais de relevância pela alta da taxa básica de juros, sendo que normalmente estes investimentos costumam ser mais arriscados por travar o rendimento no momento da compra dos títulos.

Para Lucas Sharau, assessor de investimentos da iHUB Investimentos, enquanto os rendimentos dos títulos pós-fixados irão acompanhar as taxas de juros, as aplicações com juros prefixados começam a chamar atenção pela vantagem de poder travar uma taxa até o vencimento.

Isso fica atrativo em momentos nos quais os juros estão em alta, antes de começarem a cair.

Porém, mesmo que os títulos possam proteger o valor investido de imprevisibilidade, também existem riscos que eles podem criar, caso o investidor não esteja atento às escolhas que faz.

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3 riscos que você precisa conhecer

Emprestar dinheiro para alguém, seja uma pessoa, banco, empresa ou até mesmo o governo brasileiro, e então receber juros por isso resulta na definição simplificada do que é a renda fixa.

Nos bancos e corretoras, você irá encontrar diversos produtos de renda fixa que vão desde os títulos públicos (Tesouro Direto), aos empréstimos para empresas (debêntures), bancos (CDBs), além de letras de crédito (LCI e LCA) e muito mais.

Independente do investimento escolhido, tenha em mente que existe um risco por trás. Uma vez que você domine cada um deles, você evita correr risco desnecessários.

Confira a seguir as explicações dadas pelo assessor de investimentos da iHUB Investimentos:

Risco de Crédito

É importante destacar que toda aplicação de renda fixa é uma dívida, ou seja, uma instituição, privada ou pública, que precisa de recursos, emite um título para se financiar. O risco de crédito é medido pela chance do devedor não honrar com o pagamento.

O primeiro ponto a ser analisado é quem é o emissor desta dívida e qual a chance dele não pagar. Neste caso, podemos ter 3 possibilidades de emissor: Governo, Bancos/Financeiras e Empresas Privadas.

“Quando falamos do risco de crédito do governo, falamos da possibilidade da gestão pública não quitar suas dívidas. Pode acontecer, mas é difícil. No entanto, o Banco Central (BC) é responsável pela emissão de dinheiro. Portanto, caso se faça necessário, o próprio BC pode emitir mais dinheiro e pagar a dívida”, afirma Lucas Sharau.

Quando o devedor é uma instituição bancária, o risco é diferente do que se tratando do governo. Caso o banco não pague os títulos, ocorre a interdição da instituição e a suspensão da negociação de seus títulos.

A renda fixa privada apresenta mais risco do que os títulos emitidos pelo governo ou por bancos. Nela, caso o emissor não honre com seus compromissos, terá de ser analisada as garantias utilizadas na emissão da dívida.

Dentre todas as possibilidades, as garantias podem ser reais, ou até mesmo o nome da própria empresa.

Em se tratando de risco de crédito na modalidade privada, Sharau afirma que os riscos normalmente são indicados nos títulos através de um ranking de classificação.

Segundo ele, este ranking, também conhecido como Rating de crédito, é uma forma que o mercado financeiro tem de medir a qualidade de pagamento de um emissor de dívida ou a chance de este emissor dar calote.

Risco de Liquidez

Esse fator é analisado pelo momento do resgate do investimento. Neste caso, é fundamental prestar atenção na possibilidade de antecipar o resgate do valor investido e o risco de precisar usufruir dele antes do vencimento do título.

Algumas das aplicações em renda fixa contam com liquidez diária, ou seja, não há prejuízos na antecipação da data de vencimento. Exemplos disso são o Tesouro Selic e alguns CDBs com liquidez diária.

Mas e quando não há liquidez diária no título de renda fixa e o investidor precisa fazer o regaste imediato, ou seja, se desfazer ou vender aquela aplicação?

“O risco de liquidez merece cautela principalmente quando necessário antecipar a data de vencimento, se isso acontecer, será necessário que alguma instituição promova a liquidez para você (compre o título de você) e quando isso acontece, ela pode te cobrar um ágio e penalizar seu investimento podendo até fazer com que seu resgate seja menor do que o valor investido”, alerta o especialista.

Risco de Reinvestimento

O risco de reinvestimento acontece nos vencimentos dos títulos de renda fixa ou quando estes nos pagam algum cupom (parcela antecipada do rendimento).

É um risco a se considerar, principalmente quando se realiza um planejamento de investimento de longo prazo.

“É fundamental pensar nisso na hora de investir, alocar em investimentos de renda fixa deve considerar que na hora que o título vencer e você receber seu dinheiro de volta, será necessário localizar uma nova aplicação financeira para ele se manter rendendo e, se considerarmos que a economia obedece ciclos econômicos de altas e baixas de juros, podemos ficar por cima ou por baixo desta curva”, finaliza Sharau.

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