Política

Renan rebate Lira e defende pedir indiciamentos de deputados em relatório da CPI

28 out 2021, 14:55 - atualizado em 28 out 2021, 14:55
Renan Calheiros
Segundo Renan, um grupo de juristas vai elaborar –a partir das conclusões do parecer– um pedido de impeachment por crime de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro para ser apresentado à Câmara (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O relator da CPI da Covid do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), rebateu nesta quinta-feira o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e defendeu a decisão da comissão de inquérito de sugerir no relatório final dos trabalhos o indiciamento de deputados federais pela divulgação de notícias falsas em relação à pandemia do coronavírus.

Na véspera, Lira havia atacado o relatório da CPI e dito que deputados não poderiam ser responsabilizados por opiniões que haviam emitido por terem imunidade em palavras e votos. Ele alertou que a iniciativa do Senado abre um “precedente perigoso”.

Nesta quinta, Renan contestou o presidente da Câmara.

“É inacreditável o que ele (Lira) falou, até porque nós não tínhamos como deixar de sugerir o indiciamento dos parlamentares, uma vez que há provas sobejas da conduta criminal deles. E nós tínhamos que fazer, isso é uma regra geral. Não pode fazer com uns e não fazer com outros, porque são parlamentares”, disse o relator da CPI, após entregar o parecer ao Tribunal de Contas da União.

Uma comitiva da comissão, que encerrou os trabalhos com a aprovação do relatório final na terça, tem entregado a várias autoridades trechos do parecer para que as instituições e órgãos de investigação deem seguimento às apurações.

O grupo de senadores da CPI, entretanto, não vai entregar o relatório a Lira. Segundo Renan, um grupo de juristas vai elaborar –a partir das conclusões do parecer– um pedido de impeachment por crime de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro para ser apresentado à Câmara.

Caberá a Arthur Lira decidir sobre esse futuro pedido de impeachment. Aliado de Bolsonaro, ele até o momento não deu seguimento a qualquer dos mais de 100 pedidos de impedimento do presidente.