Remédios podem ficar quase 11% mais caros a partir desta quinta-feira (31)
O preço dos remédios deve ser ajustado em até 10,89% a partir de quinta-feira (31), segundo cálculos do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos). O sindicato utilizou em suas contas indicadores disponibilizados pelo próprio governo federal.
O reajuste ainda precisa ser oficializado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão vinculado à Anvisa, mas, pela lei, a correção anual de preços pode passar a valer a partir de amanhã.
O sindicato afirmou que o preço dos medicamentos subiu em média 3,75% no acumulado de 2020 e 2021, contra uma inflação de 15,03% no período.
A entidade também destacou que o reajuste não é automático e nem imediato, por depender da concorrência das empresas do setor.
“É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde”, disse o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.
“Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”, completa.
Como é feito o cálculo
Para calcular o reajuste, são utilizados a inflação e indicadores do setor farmacêutico do país (IPCA – X + Y + Z), sendo:
- IPCA: inflação oficial do país
- X: produtividade da indústria farmacêutica
- Y: custos de produção não captados pelo IPCA
- Z: fator que reduz progressivamente o desconto da produtividade
O governo divulgou na terça-feira (29) os custos de produção não captados pelo IPCA, de 0,35%. No início o ano, o CMED decidiu fixar em zero os fatores X e Z.
Assim, com o IPCA a 10,54%, segundo dado oficial do IBGE, e assumindo 0% para os itens X e Z, o sindicato chegou ao valor de 10,89% para o reajuste máximo.
Os remédios têm preço controlado e nenhuma empresa pode aumentar seu preço indiscriminadamente sem autorização do governo.
Por isso, aumentos no custo de produção podem ser incorporados aos preços bom base na fórmula criada pelo governo.