Relatório mostra que Revolut é o neobanco com maior disparidade salarial entre gêneros
No Reino Unido, as mulheres que trabalham para o Revolut, neobanco britânico de US$ 33 bilhões, recebem 69 centavos para cada libra paga a seus colegas homens.
Esse é o título do primeiro relatório de desigualdade salarial entre gêneros do Revolut, o qual fornece um retrato da disparidade salarial entre gêneros presente na startup, em 5 de abril de 2020.
A quantia de 69 centavos de libra (uma lacuna de 31% em relação ao pagamento dos homens) está em último lugar nos resultados, em comparação com Monzo e Starling Bank – principais rivais britânicos do Revolut – nos últimos anos.
Na mesma data de 2020, mulheres no Starling Bank recebiam 84 centavos para cada libra recebida pelos homens, o que representa uma desigualdade de 15,6%.
Monzo ainda precisa finalizar seu relatório mais recente, mas mulheres no neobanco recebiam 80 centavos para cada libra paga aos homens em 2019, o que indica uma diferença de 20,4%.
Os números apresentados refletem as lacunas medianas presentes no valor salarial por hora – uma métrica que apresenta uma situação comum enfrentada por funcionárias. Empresas do Reino Unido com mais de 250 funcionários são obrigadas a apresentar essas métricas anualmente.
Empresas que se qualificam para os relatórios também devem informar a média de disparidade salarial entre gêneros, o que disponibiliza um outro meio de acessar a diferença entre salários. Nesse aspecto, Revolut não está tão distante de seus concorrentes.
No neobanco de US$ 33 bilhões, a hora de trabalho das mulheres é 23,1% menor que a dos homens. Nos relatórios mais recentes do Starling Bank e do Monzo, essa média é de 21,3% e 19,3%, respectivamente.
O primeiro relatório do Revolut também revelou que as mulheres ocupam 13,9% dos cargos com maiores salários e 45,5% dos cargos que recebem os menores pagamentos na companhia.
A disparidade salarial também aparece nos bônus da empresa. As funcionárias do Revolut recebem 40 centavos para cada libra paga aos funcionários, ao comparar o pagamento de bônus mediano (60,2% a menos), e o pagamento médio de bônus das mulheres é 97,2% menor.
O advento de relatórios ligados à desigualdade salarial entre gêneros no Reino Unido, em 2017, exibiu a extensão da disparidade de pagamentos entre gêneros dentro do setor de tecnologia financeira (“fintech”).
Diversas iniciativas, incluindo a organização do programa Mulheres em Fintech, da Innovate Finance, foram lançadas para tentar combater essa desigualdade.