Relatório da UE alerta para riscos cibernéticos de tecnologia 5G
A União Europeia alertou contra um cenário de pesadelo em que hackers ou estados hostis assumiriam o controle de tudo, desde redes de eletricidade a comunicações policiais e até eletrodomésticos, em relatório que avalia os riscos de segurança decorrentes da implantação da tecnologia 5G.
O estudo, divulgado em primeira mão pela Bloomberg News na terça e publicado oficialmente nesta quarta-feira, não cita a China ou a Huawei, mas abre caminho para medidas regulatórias, como restringir a dependência excessiva de equipamentos de telecomunicações de um único fornecedor, especialmente se este tiver sede em um país com padrões democráticos frágeis.
“Países terceiros hostis podem exercer pressão sobre os fornecedores de 5G, a fim de facilitar ataques cibernéticos que atendem aos seus interesses nacionais”, disse a UE no relatório de 24 páginas.
O documento, originalmente codificado como “âmbar” para uma circulação restrita, aponta para países não democráticos que podem exercer pressão e apresentam risco de espionagem.
O estudo alertou em suas conclusões que a nova tecnologia “aumentará o número de vias de ataque que podem ser exploradas por agentes de ameaças, em particular estados que não pertencem à UE ou agentes apoiados pelos estados, devido à capacidade (intenção e recursos) de realizar ataques contra redes de telecomunicações dos estados membros da UE”.
“O 5G será a espinha dorsal de nossas sociedades e economias”, disse o comissário de segurança da UE, Julian King, a repórteres. “Vai conter informações muito sensíveis.”
Embora os EUA tenham informado no passado estados membros da UE sobre sua opinião sobre a segurança relacionada ao 5G, a avaliação de risco atual foi feita apenas por estados membros sem nenhum envolvimento de terceiros, disse Minna Kivimäki, vice-representante permanente da Finlândia na UE.
A UE está pedindo aos estados membros que revisem seus sistemas de segurança antes da implantação da tecnologia 5G, citando riscos que vão desde espionagem apoiada pelo estado, sabotagem através de malware por grupos criminosos e ataques de negação de serviço que bloqueariam aparelhos de usuários finais.
O bloco também alertou países e operadoras sobre os riscos de depender de um único fornecedor para instalar sua infraestrutura, sem citar países como a Itália, que já assinaram acordos com a Huawei.