Relatório da Elliptic descreve como criminosos evitam sanções americanas
Nesta quinta-feira (27), a empresa de análise em blockchain Elliptic publicou seu relatório de “Cumprimento a Sanções no Setor de Criptomoedas” de 2021, descrevendo as tendências de cumprimento (“compliance”) — e evasão — no setor cripto.
Desde que a Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Tesouro Americano sancionou, pela primeira vez, dois endereços de bitcoin em 2018, carteiras de “má reputação” (ou “blacklisted”) receberam mais de US$ 175 milhões em bitcoin (BTC) e ether (ETH), de acordo com o relatório.
Criminosos financeiros estão cada vez mais interessados em evitar sanções por meio os seguintes métodos: ofuscar as origens de criptomoedas obtidas de forma ilícita por meio de mixers, moedas e carteiras de privacidade, usando corretoras não regulamentadas para evitar informações de “conheça seus clientes” (KYC), tornando-se cada vez mais envolvidos na mineração cripto.
“Conforme atores sancionados estão interagindo cada vez mais com o setor cripto, funcionários de compliance precisam estar alertas para a probabilidade de uma crescente exposição a essas partes”, de acordo com a Elliptic.
Empresas cripto podem evitar a interação com carteiras sancionadas ao realizar a triagem de carteira antes de uma transação a fim de encontrar atividades anteriormente suspeitas, explica o relatório.
Além disso, atentando-se a suspeitas, como quando um cliente interage com transações indiretas sem motivo aparente, podem alertar autoridades sobre possíveis criminosos financeiros.
O cumprimento de normas é uma grande questão e, no último ano, muitas empresas cripto fortaleceram suas equipes de compliance. Grandes empresas cripto, como BitMEX e BitGo, realizaram contratações estratégicas de executivos em outubro de 2020 e janeiro de 2021, respectivamente.
A corretora de ponto a ponto LocalBitcoin também impulsionou seu compliance ao implementar melhores ferramentas de “conheça seu cliente” — ajudando a reduzir o risco de usuários se envolverem em atividades relacionadas ao mercado ilegal em 70% em 2020.