Política

Relatório da CPI deve responsabilizar mais de 40 pessoas, diz Renan

06 out 2021, 12:35 - atualizado em 06 out 2021, 12:35
Renan Calheiros
Segundo Renan Calheiros, o relator da CPI da Covid, 36 pessoas já constam como investigados no relatório da CPI (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta quarta-feira que devem ser indiciados em seu relatório pelo menos 40 pessoas, que terão os pedidos de investigação enviados à Procuradoria-Geral da República e instâncias inferiores, no caso de quem não tem foro privilegiado.

Segundo Renan, 36 pessoas já constam como investigados no relatório da CPI.

Ao iniciar a reunião desta quarta na CPI, o relator informou que os empresários Marcos Tolentino e Danilo Trento, envolvidos no caso da Precisa Medicamentos e da vacina indiana Covaxin, o também empresário Otávio Fakhoury, e o blogueiro Allan dos Santos também passaram à condição de investigados.

Fakhoury é acusado de financiar a divulgação de notícias falsas sobre a pandemia, incluindo suspeitas sobre vacinas e a defesa do chamado “kit covid” –medicamentos em eficácia propagados pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores como cura milagrosa contra a doença.

Allan dos Santos, uma das maiores vozes online do bolsonarismo, é investigado pela criação e propagação de notícias falsas, e já é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal.

“Estar na relação como investigado é um bom indício para que essas pessoas sejam responsabilizadas”, disse Renan.

Entre os indiciados deve constar, segundo já afirmou o senador, o próprio Bolsonaro, em pelo menos um crime, a prevaricação.

Deve ser apontada a responsabilização do presidente por não ter levado adiante a investigação sobre irregularidades na tentativa de aquisição da Covaxin.

O senador apresentará seu relatório no próximo dia 19, e a expectativa é que a votação na CPI ocorra já no dia 20.

Entre as medidas a serem propostas pelo relator está a criação de uma pensão especial a ser paga pelo Estado brasileiro a crianças que ficaram órfãs por causa da Covid-19 e incluir a doença na lista daquelas que podem ser usadas como justificativa para concessão de aposentadoria por invalidez.

“Vamos responsabilizar também o Estado. Vamos criar, dentro da responsabilidade fiscal, uma pensão para os órfãos, uma pensão especial, e vamos incluir a Covid entre as doenças que permitem a perícia para aposentadoria por invalidez”, afirmou.