Internacional

Reino Unido revê plano de controle completo aduaneiro pós-Brexit

12 jun 2020, 7:52 - atualizado em 12 jun 2020, 7:52
Boris Johson
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, realizam uma teleconferência em 15 de junho com o objetivo de dar impulso às negociações (Imagem: Facebook/Boris Johson)

O governo do Reino Unido voltou atrás nos planos de impor controle completo das fronteiras depois do Brexit, na tentativa de evitar sobrecarregar empresas que já sofrem o impacto do coronavírus.

Até agora, o Reino Unido havia planejado impor controle completo de todos os bens que entram no país vindos da União Europeia a partir de 1º de janeiro.

Em vez disso, os ministros planejam introduzir um regime alfandegário temporário mais flexível na fronteira, independentemente de o Reino Unido assinar um acordo comercial com o bloco ou não, disse uma pessoa com conhecimento do plano.

“Seria uma boa notícia para muitas empresas, que simplesmente não estão prontas para mudanças caóticas com o nosso maior parceiro comercial no fim do ano”, disse Josh Hardie, vice-diretor geral da Confederação da Indústria Britânica, o maior grupo de lobby empresarial do país.

A nova política de fronteiras segue um acordo entre Reino Unido e UE para acelerar o ritmo das negociações comerciais, após meses de impasse, às vezes marcados por troca de farpas.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, realizam uma teleconferência em 15 de junho com o objetivo de dar impulso às negociações.

Com apenas seis meses para chegar a um novo acordo comercial, o Reino Unido enfrentava obstáculos para recrutar uma fração dos 50 mil agentes aduaneiros que o setor de transportes diz serem necessários para evitar gargalos nos portos britânicos.

Sem agentes suficientes, mercadorias que entram e saem da UE – o maior parceiro comercial do Reino Unido – correm risco de ficarem paradas nos portos.

A nova política de fronteiras segue um acordo entre Reino Unido e UE para acelerar o ritmo das negociações comerciais, após meses de impasse, às vezes marcados por troca de farpas (Imagem: Reuters/Yves Herman)

Johnson tem recebido pedidos para estender o período de transição do Brexit além do prazo de 31 de dezembro e, assim, permitir mais tempo para as negociações. É quando o Reino Unido deverá sair do mercado único da UE e da união aduaneira livre de tarifas.

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Compromisso possível?

O Reino Unido resiste às exigências da UE para a pesca e regras destinadas a garantir condições competitivas equitativas entre os dois lados – duas condições de Bruxelas para qualquer acordo.

Mas, após a rodada de negociações da semana passada, Michel Barnier, negociador-chefe da UE, sugeriu que pode ser possível um compromisso em pesca e igualdade de condições.

Na quarta-feira, diplomatas europeus recusaram pedidos do Reino Unido para flexibilizar o mandato de Barnier antes da reunião de líderes da UE que começa em 18 de junho.

Reino Unido resiste às exigências da UE para a pesca e regras destinadas a garantir condições competitivas equitativas entre os dois lados – duas condições de Bruxelas para qualquer acordo (Imagem: Reuters/Neil Hall)

O bloco insiste que qualquer acordo inclua disposições que abranjam direitos de pesca, concorrência leal e solução de controvérsias.

Um memorando divulgado após a reunião dos embaixadores descreveu uma situação de “progresso limitado” das negociações até o momento e pedindo maior preparação para uma separação caótica no fim do ano.