Reino Unido faz alerta sobre tecnologia de reconhecimento facial
Vigiar as pessoas com câmeras de reconhecimento facial pode violar a nova e rígida legislação de privacidade, alertou o regulador de dados do Reino Unido depois que uma reportagem do Financial Times relatou que tais câmeras estão sendo usadas no empreendimento imobiliário King’s Cross, em Londres.
“Estamos preocupados com o potencial do uso inadequado da tecnologia de reconhecimento facial, que pode afetar a privacidade das pessoas”, disse o Escritório do Comissário de Informação (OIC, na sigla em inglês) em e-mail na segunda-feira.
A agência alertou que as leis de proteção de dados da União Europeia em vigor desde maio de 2018 obrigam as organizações a “avaliar e reduzir os riscos de privacidade” de novos sistemas de vigilância intrusivos.
“As organizações que desejam capturar e usar automaticamente imagens de pessoas que fazem negócios em espaços públicos precisam fornecer evidências claras para demonstrar que isso é estritamente necessário e proporcional às circunstâncias e que há uma base legal para esse uso”, disse o OIC.
O regulador já avalia o uso de reconhecimento facial por parte das organizações policiais e do setor privado. A presidente do OIC, Elizabeth Denham, disse em um blog em julho que as investigações dos corpos de polícia do Reino Unido com reconhecimento facial ao vivo em espaços públicos representam um risco para a privacidade, mesmo que o objetivo seja capturar criminosos. O regulador disse que pode “tomar medidas” quando considerar que a lei não está sendo cumprida.
O King’s Cross disse em comunicado enviado por e-mail que “no interesse da segurança pública e para garantir que todos que visitam o King’s Cross tenham a melhor experiência possível, usamos câmeras em todo o local, assim como muitos outros empreendimentos e centros comerciais, bem como conexões de transporte, clubes esportivos e outras áreas onde há reunião de um grande número de pessoas”.
“Essas câmeras usam uma série de métodos de detecção e rastreamento, que incluem reconhecimento facial, mas também têm sistemas sofisticados para proteger a privacidade do público em geral”, afirmou a empresa.