Reino Unido aperta cerco contra dinheiro sujo em mercado de arte
O mercado de arte do Reino Unido está prestes a se tornar mais transparente.
A partir de sexta-feira, empresas de arte registradas no país, que incluem galerias, casas de leilão e operadores do sistema freeport que armazenam itens de alto valor, terão que verificar a identidade do cliente em transações superiores a 10 mil euros (US$ 11 mil), de acordo com regras aprovadas pelo Parlamento pouco antes do Natal.
A veracidade de tais acordos também deverá ser confirmada para garantir que eles não façam parte de esquemas de lavagem de dinheiro.
O Reino Unido tem sido um ímã para o dinheiro ilegal. Bilhões de dólares foram movimentados ilicitamente através de 86 instituições financeiras, 81 escritórios de advocacia, 62 contadores e mais de 2,2 mil empresas no Reino Unido e em seus territórios no exterior, de acordo com relatório recente da Transparency International do Reino Unido, o braço com sede em Londres do grupo anticorrupção global.
“Algumas galerias podem não saber que isso tenha acontecido”, disse Kenneth Mullen, sócio da equipe de propriedade intelectual e tecnologia do escritório de advocacia Withersworldwide. Os regulamentos “foram aprovados no último minuto”, disse “As organizações tiveram muito pouco tempo para reagir.”
O Reino Unido é o segundo maior mercado de arte do mundo, respondendo por mais de 20% dos US$ 67,4 bilhões em vendas globais em 2018, de acordo com relatório divulgado ano passado pela Art Basel e UBS.