Reino Unido anuncia financiamento para projeto de medição de dióxido de carbono na Amazônia
O Reino Unido anunciou nesta terça-feira um novo financiamento para um experimento científico pioneiro no coração da floresta amazônica que irá medir o impacto do aumento dos níveis de dióxido de carbono nas árvores, informou a embaixada britânica.
O ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly, visitou o projeto ao norte da cidade de Manaus, onde cientistas estão erguendo dezenas de torres que injetarão dióxido de carbono na copa das árvores e monitorarão como as plantas o absorvem.
O experimento, chamado AmazonFACE ou Free-Air CO2 Enrichment, ajudará os cientistas a entenderem melhor como a floresta pode responder a níveis mais elevados de dióxido de carbono na atmosfera, o gás de efeito estufa que impulsiona as mudanças climáticas.
Além de elevar as temperaturas, o gás também pode fertilizar as plantas, com possíveis impactos no ciclo da água. Isso pode determinar a resiliência da floresta tropical às mudanças climáticas nas próximas décadas.
Os resultados obtidos a partir de 2024 serão disponibilizados para a comunidade científica em todo o mundo, o que possibilitará uma melhor compreensão de como a maior floresta tropical do mundo pode ajudar a sequestrar parte do carbono, ao mesmo tempo em que revela a vulnerabilidade da Amazônia às mudanças climáticas, disse a embaixada.
O projeto é resultado do trabalho de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Met Office, serviço nacional de meteorologia britânico.
O Reino Unido está contribuindo com 45 milhões de reais, somando-se a 32 milhões de reais em recursos do Brasil.
Cleverly apresentará uma parceria climática com o Brasil na tarde de quarta-feira, em Brasília, antes de retornar para casa após uma viagem que incluiu Jamaica, Colômbia e Chile.
Este mês, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, se comprometeu a destinar 80 milhões de libras ao Fundo Amazônia, uma importante iniciativa financiada principalmente por Noruega e Alemanha para combater o desmatamento e apoiar projetos de sustentabilidade na floresta amazônica.
O Brasil abriga cerca de 60% da Amazônia, cuja floresta tropical é vital para mitigar o impacto das mudanças climáticas devido à imensa quantidade de gases de efeito estufa que ela absorve.