Commodities

Reguladora do Texas abandona proposta de cortes obrigatórios à produção de petróleo

04 maio 2020, 16:36 - atualizado em 04 maio 2020, 16:36
Petróleo Commodities
O presidente do conselho do grupo, Wayne Christian, afirmou na semana passada que se oporia aos cortes de produção ordenados pelo Estado (Imagem: Reuters/Todd Korol)

O órgão regulador de energia do Texas, que pressionou o Estado norte-americano a considerar cortes de 20% na produção de petróleo e defendeu a ideia em conferências com o ministro de Energia da Rússia e autoridades da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), abandonou a proposta de forma abrupta nesta segunda-feira.

As petroleiras dos Estados Unidos têm registrado fortes perdas e cortado dezenas de milhares de trabalhadores, uma vez que os preços da commodity caíram 66% desde dezembro. A demanda global por energia despencou em meio às restrições a viagens e negócios devido à pandemia de coronavírus, o que ocorreu em um momento de excesso de oferta por produtores de “shale” (petróleo não convencional) e em meio ao fim de um pacto de produção entre a Opep e países aliados.

As turbulências no mercado levaram o comissário Ryan Sitton, do órgão regulador texano (State Railroad), a pedir no mês passado os primeiros cortes por ordem estatal em 50 anos. Ele promoveu a ideia no Twitter e na televisão, solicitando cortes de 1 milhão de barris por dia, e conquistou o apoio do secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, e do ministro de Energia russo, Alexander Novak.

O plano chegou ao fim um dia antes de a comissão do Estado votar a proposta. Pequenas e grandes empresas, entre elas Chevron, Exxon Mobil e Occidental Petroleum, já planejavam cortes de milhares de barris diários de “shale” antes mesmo de qualquer medida estatal.

“Isso morreu”, disse Sitton em entrevista à Reuters. “O que deveríamos ter feito seis semanas atrás não possui mais o impacto correto. Falta liderança entre os três comissários para que isso seja feito.”

O presidente do conselho do grupo, Wayne Christian, afirmou na semana passada que se oporia aos cortes de produção ordenados pelo Estado, “mantendo meus princípios de livre mercado”. Um terceiro comissário se mostrava preocupado com batalhas jurídicas. Dois votos eram necessários para que a medida fosse aprovada pela comissão, que possui três membros.

A proposta de Sitton surgiu de pedidos feitos pelas produtoras de petróleo texanas Parsley Energy e Pioneer Natural Resources. A ideia, porém, recebeu firme oposição de grupos de tradings e de grandes produtores de “shale”, como Exxon Mobil, Chevron e Occidental.

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