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Reguladora chinesa afirma serem falsos os volumes de negociação de corretoras cripto

03 abr 2020, 10:12 - atualizado em 03 abr 2020, 10:13
china bitcoin bandeira
NIFA afirma que corretoras enfeitam e adulteram dados para dar a falsa impressão de prosperidade (Imagem: Unsplash/cliffordgatewood)

A Associação Nacional de Finanças na Internet (NIFA, na sigla em inglês) da China, uma organização autorregulatória criada pelo Banco Popular da China, afirmou que corretoras estrangeiras de criptoativos relatam falsos volumes de negociação.

De acordo com a análise publicada esta semana, NIFA afirmou que corretoras de criptoativos com sede estrangeira usam “programas-robô para enfeitar e adulterar dados para criar a ilusão de ‘prosperidade’ no mercado de negociação de moedas virtuais”.

“Em nossa análise de amostras com base em dados de negociação de algumas corretoras, a taxa diária de faturamento com negociações, para mais de 40 ativos, é de mais de 100%, enquanto a taxa de mais de 70 ativos excede 50%. Apesar do preço relativamente baixo e menor valor de mercado, houve grandes volumes de negociação”, afirmou a associação.

A manipulação do mercado cripto sempre foi preocupante. Em 2019, Bitwise afirmou que cerca de 95% do volume de negociações em bitcoin divulgado é falso.

Na época, The Block realizou sua própria pesquisa sobre o assunto e descobriu que cerca de 86% do volume de negociação em cripto divulgado é provavelmente falso.

Em seguida, NIFA afirmou que corretoras cripto usam “diversos truques” para chamar a atenção dos clientes.

Por exemplo, algumas plataformas começaram a gerar “hype” sobre o conceito de “criptomoedas como um ativo de refúgio além de ouro e prata”, mas isso não é verdade de acordo com a associação.

De fato, The Block realizou uma pesquisa na semana passada e descobriu que o bitcoin, até agora, neste mercado de baixa, teve um desempenho significativamente menor do que o ouro.

NIFA também declarou que entidades que operam corretoras cripto estão “relativamente ocultas”. Geralmente, suas áreas comerciais e de desenvolvimento são diferentes, e clientes não conseguem determinar a identidade desses operadores.

Por conta dessas questões, a associação alertou clientes a não realizarem atividades de negociação em cripto.

Corretoras cripto foram banidas na China desde 2017 mas, contanto que seus servidores estejam fora do país e as transações sejam realizadas de ponto a ponto (P2P), podem realizar negócios no país.

Binance, por exemplo, oferece negociação P2P para bitcoin (BTC), ether (ETH) e tether (USDT) para o yuan chinês (CNY) desde outubro de 2019.