Regulador cibernético da China quer construir relacionamento “afetuoso” com empresas de internet
O órgão de vigilância do ciberespaço da China quer construir um relacionamento “afetuoso” entre as empresas de internet e o governo, disse um funcionário de alto escalão da instituição, na mais recente garantia verbal ao setor após uma longa e contundente repressão regulatória.
Niu Yibing, vice-ministro da Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês), disse em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira que a agência apoia o desenvolvimento saudável do setor e quer criar uma “atmosfera empreendedora saudável, próspera e proativa”.
Entre as principais questões que preocupam os investidores estão as novas regras para empresas chinesas com dados de mais de 1 milhão de usuários, que deverão passar por uma revisão de segurança antes de listar suas ações no exterior.
Sun Weimin, chefe da unidade de coordenação de segurança cibernética do órgão regulador, disse que a agência continua apoiando empresas domésticas que buscam listagens no exterior.
Segundo ele, a revisão é para garantir que não haja dados envolvidos que possam ser utilizados de maneira abusiva por governos estrangeiros.
Também não há uma palavra final sobre a saga da gigante chinesa de transporte por aplicativo Didi Global. A empresa foi objeto de uma investigação liderada pela CAC, que forçou a companhia a deslistar suas ações de Nova York após cerca de um ano de sua listagem, e fez investidores estrangeiros ficarem cautelosos sobre o setor de tecnologia da China.
Sun disse que a CAC está supervisionando o trabalho de retificação da Didi e que o regulador continuará trabalhando para remover riscos de segurança ocultos e punir qualquer comportamento que coloque em risco a segurança nacional ou de dados.
Um executivo de tecnologia de Pequim, cuja empresa já havia sido multada por reguladores devido a questões de segurança de dados, disse à Reuters que a declaração da CAC sobre a Didi mostra como os reguladores ainda não estão completamente satisfeitos com a empresa.
“A Didi é diferente de outras empresas de internet, o trabalho antimonopólio contra outras gigantes da tecnologia acabou ou se estabilizou, mas claramente os reguladores estão tratando a Didi de maneira diferente”, disse o executivo, recusando-se a ser identificado porque não está autorizado a falar com a mídia.
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