Registro da CoronaVac deve ser pedido neste mês, diz presidente do Butantan
A CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, deve ter seu pedido de registro solicitado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda neste mês, disse nesta quarta-feira o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
O imunizante, que foi testado no Brasil pelo Butantan e está sendo envasado no país pelo instituto, obteve no fim de semana o registro para uso público da agência regulatória de medicamentos da China.
A CoronaVac já está sendo aplicada no Brasil desde 17 de janeiro após autorização para uso emergencial da Anvisa.
“Nós estamos aguardando a tradução do parecer da agência chinesa e com isso complementar o nosso pedido aqui no Brasil”, disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
“Esperamos que o pedido no Brasil do registro possa ser feito ainda neste mês”, acrescentou.
O presidente do Butantan esclareceu que o que será pedido não será um registro definitivo da vacina, pois isso depende do acompanhamento do estudo clínico realizado com o imunizante.
“Na realidade não é um registro definitivo, todos esses registros são registros provisórios. Eles são autorizados, a vacina vira um produto, mas ela ainda tem que ser acompanhada até o final dos estudos clínicos e principalmente o pós-vacinação”, explicou.
Covas disse ainda que o contrato com o Ministério da Saúde para que a pasta exerça a opção de comprar mais 54 milhões de doses da CoronaVac, para além dos 46 milhões já contratados, deve ser assinado em breve.
“O contrato com o ministério foi encaminhado ao governo, ele está no governo aqui neste momento e deve ser devolvido com as observações do governo ainda no dia de hoje”, disse.
“Esperamos que ele seja assinado o mais rapidamente possível”, acrescentou.
Na manhã desta quarta, o Butantan recebeu os insumos para o envase de mais 8,7 milhões de doses da CoronaVac, o que eleva para 27,1 milhões de doses o total atualmente no Brasil, incluindo as doses já entregues ao ministério e o equivalente em matéria-prima que ainda está sendo processada pelo Butantan.
Também presente na coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o governo estadual entrou com ação no Supremo Tribunal Federal nesta quarta para obrigar a pasta a financiar mais de 3 mil leitos de unidade de terapia intensiva destinados ao tratamento da Covid-19 que foram desabilitados pelo ministério.