Reforma tributária ou vai sair bem feita ou não vai sair, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira que a reforma tributária ou será bem feita ou não vai sair e afirmou que não terá aumento de impostos, embora tenha voltado a defender a taxação de dividendos.
“Nunca sai do jeito que a gente quer”, disse Guedes em webinar organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), acrescentando, no entanto, que “ou vai sair bem feito ou não vai sair”.
O ministro ressaltou ainda que “não vai ter esse negócio de aumentar imposto“.
Ainda assim, aproveitou para defender mais uma vez a tributação de dividendos pagos aos investidores, destacando que em outros países a alíquota está entre 20% e 40%, enquanto, no Brasil, é zero.
“A empresa é uma abstração, teoricamente o imposto poderia ser zero sobre a empresa. Mas, na verdade, a renda sobre os mais ricos — não interessa se ela vem de salário, de aluguéis, de bônus milionários ou de dividendos — ela deveria cair no progressivo e ponto final”, destacou ele.
O ministro disse que até há tecnologia para se fazer “tudo direito”, mas avaliou que no mundo real “tudo é mais difícil”, citando lobby e pressões.
Em meio a críticas sobre a proposta de reforma tributária do governo, Guedes defendeu nesta semana o texto em comissões da Câmara dos Deputados e também em um almoço com importantes empresários brasileiros em São Paulo.
Aos empresários, o ministro assegurou na quinta-feira que eventuais distorções da reforma tributária —encaminhada recentemente pelo governo ao Congresso Nacional— serão corrigidas, segundo uma fonte relatou à Reuters. Ele manteve, entretanto a disposição de taxar dividendos, conforme a fonte.
Extraordinário
No webinar de sexta, Guedes disse que o ex-presidente Roberto Castello Branco fez um trabalho “extraordinário” no comando da Petrobras (PETR3; PETR4).
“Castello fez um trabalho extraordinário à frente da Petrobras, não tenho nenhuma observação”, destacou.
Indicado por Guedes para comandar a petrolífera desde o início do governo Bolsonaro, Castello Branco deixou a estatal no início do ano em meio a críticas do presidente em relação aos sucessivos aumentos de preços dos combustíveis no país pela companhia, a despeito de eles serem diretamente influenciados pela cotação internacional do barril de petróleo e pelo câmbio.
Bolsonaro colocou no lugar dele o general Joaquim Luna e Silva, que comandava Itaipu.