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Reforma se aproxima de deadline, Ibovespa perde fôlego e cai

05 dez 2017, 19:02 - atualizado em 05 dez 2017, 19:14

Após superar os 74 mil pontos ao longo do dia, em alta de quase 1,5%, o Ibovespa perdeu o fôlego e terminou a terça-feira (5) em queda de 0,7%, aos 72.546 pontos. Os investidores continuam de olho na sopa de declarações confusas sobre o real apoio dos parlamentares ao projeto da reforma da Previdência.

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Nesta manhã, os investidores avaliaram com otimismo os números da produção industrial no Brasil. O crescimento foi de 0,2% em outubro, na comparação com setembro, na série com ajuste sazonal. Este foi o segundo resultado positivo seguido, acumulando ganho de 0,6% em dois meses. No acumulado do ano, o crescimento da produção industrial é de 1,9%.

O dia também foi negativo nas bolsas americanas. Por lá, o índice Dow Jones encerrou em baixa de 0,46%, enquanto o S&P 500 recuou 0,37% e a Nasdaq finalizou a sessão em baixa de 0,2%. Mais cedo, as bolsas europeias e asiáticas também finalizaram o dia no território negativo.

Enquanto isso, em Brasília…

Operadores trabalharam nesta terça-feira com um olho na tela de cotações e outro nas declarações confusas emitidas de Brasilia. Com o cronograma apertado para votar a reforma da Previdência ainda neste ano, a quarta-feira (6) poderá ser decisiva para mensurar os votos a favor da pauta já que está prevista reunião do PSDB.

Tanto Michel Temer quanto Rodrigo Maia já deixaram claro que o projeto só irá ao plenário da Câmara caso as condições estejam favoráveis. “Vamos fazer conta primeiro para ver se a gente tem número. A gente não vai a voto sem número”, declarou o presidente da Casa.

Como se trata de alteração constitucional, o governo precisa de 308 votos para aprovar a proposta em dois turnos. Daí o interesse por quem vai “fechar questão”, ou seja, quando se trata de uma decisão tomada pela maioria da executiva nacional do partido, sob risco de punição aos desobedientes.

Até o início da tarde era a aposta de que o PMDB iria nesse caminho que alimentou a alta do Ibovespa. Segundo o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi, a executiva nacional do partido já teria maioria para aprovar o fechamento de questão. Há a expectativa de que o PSDB também puxe essa dianteira.

Ao longo do dia, porém, o otimismo perdeu a fôlego. De acordo com o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer, o partido não deve fechar questão sobre a reforma. “Nós não precisamos fechar questão se o partido do presidente não fechou”, argumentou, ao se referir ao PMDB.

Simultaneamente, no DEM, enquanto o senador José Agripino afirmou considerar pouco provável a aprovação da pauta na Câmara, Rodrigo Maia não foi taxativo quanto a fechar a questão: “O DEM tem votado majoritariamente com a orientação do líder e do presidente sem fechar questão. Acho que, conversando, o DEM terá um número bem grande de parlamentares votando a reforma da Previdência.”

Por ora, sem fechar questão, o PTB orientou deputados a votarem a favor da reforma, conforme carta aberta assinada pelo presidente nacional do partido, Roberto Jefferson.

Segundo a coluna Radar da revista Veja, o líder do governo na Câmara, André Moura, disse a um deputado que, hoje, não há nem 170 disposto a votar a favor da proposta.

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