Economia

Reforma da Previdência não reviverá crescimento no Brasil, diz Capital Economics

09 jul 2019, 13:30 - atualizado em 09 jul 2019, 13:30
Reforma da Previdência equilibrará contas públicas, avalia instituição londrina (Antônio Cruz/Agência Brasil)

A despeito do prognóstico positivo em relação a equilíbrio das contas públicas e a trajetória saudável da política fiscal, a aprovação da reforma da Previdência não será condição base para aprimoramento do crescimento econômico no país.

A avaliação é da consultoria independente Capital Economics, em relatório publicado nesta terça-feira (9), e evidencia a importância da aprovação das reformas estruturais para promoção do crescimento na maior economia da América Latina.

“A reforma da Previdência deverá, se passada em texto original, reduzir as vulnerabilidades diante das contas públicas. No entanto, estamos céticos de que levará a um turnaround na economia que alguns esperam”, avalia William Jackson, economista-chefe para mercados emergentes da instituição londrina.

A Capital Economics destaca que o superávit primário do governo central provavelmente voltará a aparecer com as economias provocadas pela reforma da Previdência, com a taxa de dívida em relação ao PIB voltando a se estabilizar na casa de 90%.

Investimento em xeque

Para Jackson, as condições financeiras provavelmente não serão melhores se a reforma da Previdência for aprovada. “Os mercados financeiros aparentemente já precificaram uma reforma substantiva. E agora esperam cortes de 100 pontos-base na Selic no segundo semestre deste ano”.

Além disso, a Capital Economics “não está convencida sobre a ideia de que o investimento reprimido será desencadeado pela reforma da Previdência”. O economista-chefe destaca que o PIB real ainda se encontra em nível 6% inferior ao pico pré-crise e que a taxa de desemprego permanece alta.

Por fim, no tocante ao investimento, Jackson ressalta que o crescimento desta variável no nível de produto está muito mais correlacionada com a expectativa das firmas de expandir a capacidade em relação a demanda. “O IED (Investimento Estrangeiro Direto) no Brasil se recuperou recentemente ao mesmo tempo em que caiu na América Latina”, pondera.

“Em conclusão, a reforma da Previdência retirará uma nuvem principal sobre a economia brasileira. No entanto, existem outros diversos fatores que estão segurando o crescimento do Brasil que provavelmente não desaparecerão em breve”, conclui a Capital Economics.

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