Reforma agrária: Apesar das sinalizações, governo deve deixar pauta de lado até 2024, diz analista
No início do mês, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, disse na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que o governo Lula retomará a demarcação de terras para assentamentos da reforma agrária e em áreas indígenas e quilombolas.
A convocação para CPI aconteceu para o ministro “jogar luz” sobre as ações do governo federal para combate a invasões de terras produtivas.
Entre janeiro a abril, aconteceram 33 invasões de terra, superando a média dos últimos 5 anos.
Segundo Paulo Teixeira, todas as ocupações registradas neste ano foram alvo de negociações e desfeitas espontaneamente, pois o governo Lula demonstrou que a demarcação de terras só ocorrerá dentro dos programas oficiais. “Até o agro quer a reforma agrária, para reduzir a tensão dos conflitos no campo”, afirmou o ministro.
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Governo deve ignorar a reforma agrária?
De acordo com Leandro Consentino, cientista político e professor do Insper, apesar de enxergar um problema fundiário grave no país, a reforma agrária não parece ser uma prioridade do governo.
“O governo tenta atrair setores mais ao centro e da direita para aprovar suas pautas econômicas, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Dessa forma, não vejo o governo dando atenção para essa pauta de ‘esquerda’, uma vez que já contam com o apoio do bloco político”, explica.
Além disso, Consentino ressalta que a reforma agrária não deve ser “ignorada” apenas neste ano, mas também em 2024.
“Como estamos na reta final de 2023, não devemos ver grande avanços na pauta, e pensando no ano que vem, em função das eleições municipais, dificilmente o governo compraria essa briga, já que o foco deve ser voltado para ampliação da base governista”, discorre.
*Com Agência Câmara