AgroTimes

Refinitiv vê produção de milho no Brasil em 108 mi t; clima no Sul gera risco para safrinha

16 fev 2022, 17:55 - atualizado em 16 fev 2022, 17:55
Milho Grãos
A área total de milho foi estimada em 20,7 milhões de hectares e o rendimento em nível nacional ficou em 5,23 toneladas por hectare (Imagem: Pixabay/chapkitt )

A produção de milho no Brasil deve alcançar 108 milhões de toneladas na safra 2021/22, estimou a Refinitiv nesta quarta-feira, citando que as condições climáticas no Sul devem continuar como um ponto de atenção para o país na safrinha.

O volume é mais conservador que as 114 milhões de toneladas projetadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e também fica abaixo das 112,3 milhões apontadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), diante do risco de que a seca que atingiu a produção de verão perdure durante a segunda safra brasileira.

A área total de milho foi estimada em 20,7 milhões de hectares e o rendimento em nível nacional ficou em 5,23 toneladas por hectare, afirmou a Refinitiv.

“Apesar das condições climáticas melhores no centro-norte do Brasil, as perspectivas sombrias de longo prazo para o milho de segunda safra no Sul diminuem fracionalmente a produção total de milho no Brasil”, disse a análise.

A Refinitiv ainda disse que a seca e o calor contínuos no Sul ainda estão impactando negativamente as lavouras em estágios tardios de enchimento de grãos (Imagem: REUTERS/ Bryan Woolston)

Segundo a avaliação, as últimas previsões de longo prazo da equipe de pesquisa de clima da Refinitiv indicam que um padrão de precipitação dividido úmido no norte e seco no sul– continuará sendo observado ao longo de março e abril, “merecendo muita atenção”.

Nas últimas duas semanas, disse a empresa, os padrões de chuva em todo o Brasil permaneceram mistos, enquanto as temperaturas tendem a seguir consistentemente quentes por toda parte.

O Centro-Oeste recebeu alguma precipitação favorável, com chuvas em algumas áreas se aproximando de 130 milímetros no total, perto do normal, enquanto o Sudeste chegou a enfrentar inundações localizadas.

“Por outro lado, condições extremas de seca continuaram a assolar grande parte do Sul (Paraná e Rio Grande do Sul em particular), exacerbando a já terrível umidade do solo e exercendo uma pressão ainda maior sobre a produtividade do milho primeira safra no final da temporada (de verão).”

A Refinitiv ainda disse que a seca e o calor contínuos no Sul ainda estão impactando negativamente as lavouras em estágios tardios de enchimento de grãos, mas ao mesmo tempo permitiram que as primeiras colheitas de milho e as semeaduras da segunda safra acelerassem.