Reeleição de Lira e Pacheco é vitória para Lula; veja pautas que devem passar no Congresso

Na última quarta-feira, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco foram reeleitos como presidentes da Câmara dos Deputados e Senado, respectivamente.

A continuidade dos mandados no Congresso por mais dois anos é vista como uma vitória da Luiz Inácio Lula da Silva, que ganha poder de governabilidade diante de bancadas de maioria direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As eleições no Congresso foram, inclusive, consideradas um terceiro turno no embate entre Lula e Bolsonaro.

“Com a vitória de Rodrigo Pacheco, a presidência do Senado, o legislativo dá sinal positivo ao governo para aprovar futuras leis e garantir a governabilidade do atual presidente da República”, afirma Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank

Com o resultado, pautas do governo ganham mais chances de serem aprovadas, como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal.

Lira, por exemplo, ajudou na articulação da PEC de Transição antes mesmo da posse de Lula. Ele também já afirmou que planeja trabalhar na aprovação novo “arcabouço fiscal” que tenha responsabilidade com os cofres públicos e, ao mesmo tempo, garante o avanço de programas sociais.

Ambos também podem ajudar o novo governo a barrar possíveis pedidos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) vindos da oposição.

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Pacheco já até afirmou que fará a leitura do requerimento de instalação da CPI para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

“Nós vamos exercer esse direito da minoria com leitura do requerimento em plenário e, naturalmente, lideranças partidárias definirão a instalação”, disse.

Lira na Câmara

Lira conseguiu a maioria dos votos dos deputados federais. Ele conquistou 464 votos, o máximo já recebido por um parlamentar eleito.

Chico Alencar (PSOL) teve 21 votos e Marcel Van Hatten (Novo) 19 votos para presidente da Câmara dos Deputados.

Para Rafael Passos, analista da Ajax Capital, o placar reforça a força de Lira e do Centrão na Câmara.

“Lira tem auxiliado no andamento de agendas relevantes no Planalto, como a reforma tributária e discussão da âncora fiscal. Mas o avanço das matérias deve ainda depender dos esforços de negociação do Governo na formação de maiorias”, afirma.

Pacheco no Senado

No Senado, Pacheco derrotou Rogério Marinho – que era apoiado por Bolsonaro – com uma margem mais apertada: 49 votos contra 32.

“A votação foi mais apertada mostra ao atual governo que, embora com maioria consolidada, deve encontrar dificuldades para avançar a agenda na Casa”, destaca Rafael.

O presidente Lula trabalhou ativamente na campanha de Pacheco, tanto que 13 ministro chegaram a deixar os seus cargos para participar das eleições no Congresso. Ele também prometeu cargos em autarquias, estatais e bancos públicos ao União Brasil, MDB e PSD.

Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, aponta que Lula terá Pacheco como importante aliado para as pautas que estão por vir.