Reduzir desigualdade e aumentar salário mínimo pode impulsionar economia dos EUA, diz Casa Branca
Impulsionar a aplicação de leis antidiscriminação e antitruste nos EUA, aumentar o salário mínimo federal e maiores taxas de sindicalização podem impulsionar substancialmente o crescimento econômico dos Estados Unidos, concluiu um novo relatório dos principais assessores econômicos do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O Relatório Econômico anual, elaborado pelo Conselho de Assessores Econômicos, defende a restauração do setor público como parceiro no crescimento de longo prazo e a adoção de políticas destinadas a conter o poder de mercado desproporcional de empresas e empregadores, que limita a igualdade econômica.
“O governo tem um papel a desempenhar na redução da desigualdade”, disse Cecilia Rouse, que preside o conselho, à Reuters, enfatizando que acabar com as disparidades persistentes no mercado de trabalho dos EUA e as diferenças de riqueza racial “absolutamente” impulsionariam o crescimento e a competitividade dos EUA após anos de progresso fraco.
“A questão real é que essas imperfeições no mercado têm custos econômicos reais em termos de crescimento do PIB”, disse ela, citando pesquisa da presidente do Federal Reserve de San Francisco, Mary Daly, que concluiu que as disparidades sistêmicas custaram à economia dos EUA quase 23 trilhões de dólares no período de 1990 a 2019, e que fornecer acesso mais equitativo aos mercados de trabalho adicionaria 790 bilhões de dólares à economia dos EUA anualmente.
Biden saudou o relatório em comunicado e prometeu continuar trabalhando para oferecer “crescimento mais equitativo” e expandir a capacidade produtiva da economia.
O relatório apontou que quase 20% dos trabalhadores dos EUA relataram estar vinculados a acordos de não concorrência que limitam a capacidade de um funcionário de ingressar em ou abrir uma empresa concorrente, e disse que o poder de mercado do empregador era responsável por manter os salários 15% abaixo de onde estariam num mercado perfeitamente competitivo.
O documento afirmou que ações do governo podem reduzir essas forças do mercado por meio do aumento da aplicação das leis atuais de proteção trabalhista e antidiscriminação, apoio a uma maior sindicalização, que pode levar a salários mais altos, e aumento do salário mínimo federal ante o patamar atual de 7,25 dólares por hora, onde está desde 2009.