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Redução das chuvas abre espaço para retomada da mineração em Minas Gerais

14 jan 2022, 15:02 - atualizado em 14 jan 2022, 15:02
Aço, Gerdau
A Gerdau já começou a planejar a retomada de sua unidade de mineração nos próximos dias, caso o tempo continue melhorando (Imagem: YouTube/Gerdau North America)

A perspectiva de redução das chuvas em Minas Gerais abre caminho para a retomada da produção de minério de ferro na região, o que seria uma boa notícia para as siderúrgicas chinesas.

As chuvas acima da média no estado levaram a Vale (VALE3), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) a interromperem as atividades de mineração na área. A produtora de zinco Nexa Resources também reduziu a capacidade da mina Vazante para 60%.

O clima agora deve melhorar. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê precipitação mais fraca e isolada nas principais áreas produtoras de minério do estado. A Gerdau já começou a planejar a retomada de sua unidade de mineração nos próximos dias, caso o tempo continue melhorando.

“A partir da próxima semana, a tendência é poder voltar à atividade normal”, disse Anete Fernandes, meteorologista do Inmet. “Podemos ver pancadas mais recorrentes e volume significativo novamente no final de janeiro, mas nada próximo ao início do ano.”

A redução da chuva no Brasil fornece um novo driver para a recuperação dos futuros de minério de ferro. As paralisações desde 8 de janeiro afetaram cerca de 1,8 milhão de toneladas das exportações do estado, segundo cálculos da Secretaria de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME), com base em informações das empresas. Essas perdas podem ser recuperadas ao longo do ano.

Embora as tempestades ainda afetem partes das ferrovias usadas para transportar grãos e minério, normalmente não demora muito para restaurar os serviços, disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Ainda assim, os danos precisarão ser avaliados assim que a chuva parar. “Precisa de tempo firme.”

A recuperação das ferrovias pode levar algumas semanas.

As chuvas também levantaram preocupações sobre o impacto nas barragens de rejeitos na região, palco dos desastres de Mariana e Brumadinho, em 2015 e 2019.

O total de barragens em nível de emergência em Minas Gerais subiu de 36 para 40 após as chuvas, de acordo com a Agência Nacional de Mineração.

Na quinta-feira, a Vale elevou o protocolo de emergência para nível 2 na barragem Área IX, em Ouro Preto, e iniciou protocolo de emergência em nível 1 no dique Elefante, na mina de Água Limpa, ambos em Minas Gerais. A empresa disse que as medidas não impactam a produção.