Rede DOr (RDOR3) cai mais de 5% após balanço: o que desagradou o mercado?

As ações da Rede D’Or (RDOR3) ocuparam o segundo lugar entre mais negociadas da B3 nesta terça-feira (11) com cerca de 44,9 mil negócios.
Os papéis da companhia de saúde também são destaques na ponta negativa do Ibovespa (IBOV). RDOR3 encerrou o dia com queda de 3,00%, a R$ 26,80. Na mínima do dia, o recuo foi de 5,36% (R$ 26,15). Acompanhe o Tempo Real.
Os movimentos acontecem em reação aos números da companhia do quarto trimestre de 2024 (4T24), divulgados ontem (10) depois do fechamento do mercado.
A Rede D’or registrou um lucro líquido de R$ 879,5 milhões entre setembro e dezembro, crescimento de 31,6% na comparação com o mesmo período em 2023.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado do grupo no período foi de R$ 2 bilhões, avanço de 34,4% ano a ano.
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O que desagradou o mercado?
Embora a Rede D’or tenha apresentado crescimento no lucro líquido e no Ebitda, a companhia reportou resultados mistos, na avaliação dos analistas — o que explica parte do tom negativo das ações nesta terça-feira (11).
Em destaque, os analistas chamaram a atenção para tendências mais fracas no segmento hospitalar, com a abertura de leitos menor do que o esperado.
No trimestre, a Rede D’or criou 27 leitos operacionais. O Citi, por exemplo, estimava a abertura de 150 leitos no período. No consolidado de 2024, a companhia totalizou 259 novos leitos, abaixo do guidance entre 400 e 600 no ano.
Com o resultado mais fraco, o banco já esperava uma reação negativa do mercado.
“As tendências operacionais mais fracas do que o esperado no lado hospitalar (por exemplo, expansão mais branda de leitos, margens brutas de caixa mais fracas) podem levantar preocupações sobre tendências de crescimento e margem ao longo de 2025”, diz o Citi em relatório.
Já os analistas do BTG Pactual consideraram que a expansão do Ebitda no segmento hospitalar, de 10% na base anual, não pode ser um resultado “excepcional”, mas “razoável”.
O crescimento substancial nos custos de pessoal e serviços de terceiros foram outros pontos negativos dos resultados, “ofuscando o sólido crescimento do tíquete médio e as negativas de sinistros (glosas) gerenciadas de forma eficaz no trimestre”, afirma o analista Vinicius Figueiredo, do Itaú BBA.
SulAmérica é destaque
O BTG Pactual avalia que a SulAmérica entregou resultados sólidos e em linha com o esperado, com a receita líquida crescendo 13% na base anual, para R$ 7,86 bilhões — impulsionada por reajustes de preços expressivos e pelo crescimento robusto da base de beneficiários de saúde, alta de 5,5% ao ano.
Para o Itaú BBA, o aumento da representação da SulAmérica nas receitas foi um dos destaques do balanço.
A operadora de saúde, adquirida em 2022, aumentou a sua participação na receita hospitalar para 24% no quarto trimestre. No mesmo período do ano anterior, a representação era de 20%.
Já o Goldman Sachs destaca que a empresa reportou adições de 69 mil beneficiários em relação ao trimestre anterior, “corroborando a tese de que a empresa está bem posicionada para continuar crescendo à medida que a lucratividade dos contratos se aproxima de um nível normalizado”.
O Citi, por sua vez, disse que a “SulAmérica continuou a apresentar um crescimento comercial sólido (+53 mil adições líquidas de saúde) e a melhorar as tendências de MLR (-210 bps na comparação trimestral), embora com o Ebitda recorrente ficando aquém de nossos números em 3% devido a maiores custos comerciais e de G&A”, diz o relatório.
O Citi, porém, afirma que o MLR (Índice de Perda Médica) em linha com as expectativas, diferentemente dos trimestres anteriores, pode impedir grandes revisões de lucros para cima por enquanto.
O que fazer com ações RDOR3?
Mesmo com os resultados mistos, os analistas reiteraram a recomendação de compra para as ações RDOR3.
O BTG Pactual também reafirmou a preferência pela companhia no setor de saúde. Para os analistas do banco, a Rede DOr está bem-posicionada para melhora “ainda mais” a rentabilidade do segmento de seguros — o que pode, na visão do BTG, levar a revisões positivas nos lucros.
“Esperamos um crescimento maior na divisão hospitalar, dado os lançamentos recentes”, afirmam.
Confira a recomendação das corretoras e bancos que o Money Times teve acesso:
Banco/Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
Bradesco BBI/Ágora | Compra | – |
BTG Pactual | Compra | R$ 37 |
Citi | Compra | R$ 35 |
Goldman Sachs | Compra | R$ 39 |
Itaú BBA | Compra | R$ 38 |
Santander | Compra | R$ 34,50 |
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