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Recursos Humanos: Por que precisamos falar sobre o RH?

13 out 2022, 17:01 - atualizado em 13 out 2022, 17:01
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“Apenas 20% dos profissionais globalmente são considerados engajados no trabalho – são aqueles poucos que postam nas redes sociais que amam seu emprego”, lembra Tatiana Sendin (Imagem: Pixabay/ ayushrao021)

Durante dois terços da minha vida, enxerguei o RH como a área que cuidava de férias, pagamento e demissão. Essa ainda é a visão da maioria das pessoas. Tanto que, quando digo que sou uma jornalista especializada em recursos humanos, os ouvintes reagem com uma certa surpresa: “que área tão específica!” ou “não conheço nada desse tema”. Mas, na verdade, a pauta de gestão de pessoas é constante em nossas vidas.

Todos nós, como recursos humanos, vendemos nossa força de trabalho, seja braçal, seja intelectual, em troca de uma remuneração. Com esse dinheiro, somos capazes de comprar bens e serviços que ditam nosso estilo de vida. Salários menores exigem economia; os altos permitem abundância.

Mais do que fonte de renda, o trabalho é causa e consequência de realizações e frustrações. Pense nas conversas com amigos ou familiares: sempre há alguém falando do emprego. As pessoas comentam sobre sua rotina, sobre o chefe, sobre a dificuldade de aprovar uma ideia na organização.

Em geral, há mais queixas do que alegrias. Até porque apenas 20% dos profissionais globalmente são considerados engajados no trabalho – são aqueles poucos que postam nas redes sociais que amam seu emprego. A maioria se sente mesmo cansada e desmotivada – especialmente depois da pandemia. Contudo, mesmo para esses, vira-e-mexe o serviço gera um motivo para comemorar – uma efetivação, um elogio, um aumento, uma promoção.

Por trás dessas reações humanas, existem as ações do empregador. Ou seja, todo relacionamento do funcionário com a empresa é lastreado em processos e práticas existentes, implementados de forma consciente ou não. Alguns desses processos são simples e operacionais, como o pagamento de salário e o registro de férias. Outros entram em esferas subjetivas do ser humano, como motivação, satisfação com o trabalho e interpretação do ambiente.

A cultura organizacional, por exemplo, faz com que adequemos nossa fala, comportamento e vestimenta após analisarmos o contexto em que estamos inseridos. Replicamos as atitudes valorizadas ao percebemos quem é punido ou recompensado. Isso acontece instintivamente e molda nosso jeito de ser durante a permanência naquele emprego.

Somos todos recursos humanos

A administração desse amplo relacionamento entre empregador-empregado é o que eu considero gestão de pessoas.

A área de recursos humanos tem, sim, uma parte “raiz”, composta por subtemas específicos e técnicos, sendo os mais famosos: atração e seleção, carreira, desenvolvimento, remuneração e benefícios, e saúde. E inclusive nesses, nós, como pessoas físicas, temos experiências para compartilhar. Quem nunca se candidatou para uma vaga e ficou sem resposta? Quem teve um chefe que claramente não possuía aptidões para liderar uma equipe?

Ao mesmo tempo, o RH cada vez mais entra em assuntos conectados com a sociedade e o meio ambiente. O envelhecimento populacional global e a crise mundial de saúde mental, por exemplo, exigem adaptações de gestão de pessoas. Que tipo de benefícios e de carreira atrairiam profissionais com 50 anos ou mais? Ou como proteger os trabalhadores de obras e plantações, os mais expostos ao aquecimento global? E mais: como incluir nas organizações as pessoas não binárias?

São reflexões que nós, recursos humanos, precisamos fazer. Cada um de nós deve pensar sobre nosso papel como fonte de produtividade, membros de equipes, eventuais líderes, donos de projetos ou proprietários de comércios e serviços. A gestão de pessoas nada mais é do que nosso relacionamento com o trabalho. Definitivamente, não é um assunto para ficar restrito a uma área ou a poucos profissionais. Somos todos RH.

Fundadora e CEO da Think Work, Tatiana Sendin é uma jornalista, especializada em negócios e recursos humanos, que nos últimos 20 anos tem escrito sobre carreira, mercado de trabalho, gestão de pessoas, empreendedorismo e tecnologia.

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Tatiana Sendin é fundadora e CEO da Think Work. Jornalista especializada em negócios e recursos humanos, nos últimos 20 anos, tem escrito sobre carreira, mercado de trabalho, gestão de pessoas, empreendedorismo e tecnologia.
tatiana.sendin@moneytimes.com.br
Tatiana Sendin é fundadora e CEO da Think Work. Jornalista especializada em negócios e recursos humanos, nos últimos 20 anos, tem escrito sobre carreira, mercado de trabalho, gestão de pessoas, empreendedorismo e tecnologia.
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