Recuperação judicial da Americanas (AMER3) pega em cheio fundos imobiliários
O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 inverteu o sinal e passou a cair, acelerando as perdas nas últimas horas. A queda é impulsionada por FIIs expostos à Americanas (AMER3), após a varejista entrar com o pedido de recuperação judicial no início da tarde.
Por volta das 16h40 (de Brasília), o Ifix caía 0,47%, aos 2.825 pontos, perdendo o patamar de 2.840 pontos sustentado nos últimos dias.
Fundos imobiliários expostos à Americanas caem
No horário acima, a maior queda entre os fundos vinha do Vinci Imóveis Urbanos (VIUR11), de 3,8%. O FII é um dos oito com maior exposição à varejista e sente o efeito cascata do pedido de recuperação judicial apresentado hoje ao declarar dívidas de R$ 43 bilhões.
Além disso, há pouco, a B3 anunciou que a companhia não fará mais parte de nenhum índice da Bolsa brasileira a partir de amanhã.
Outros FIIs atrelados à Americanas e do segmento de logística recuam no pregão como o VBI Logístico (LVBI11), XP Log (XPLG11) e Max Retail (MAXR11).
Momento de ‘cautela’ com esses fundos
O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Araujo, avalia que o momento é de cautela para os cotistas desses fundos.
“Principalmente em casos em que a Americanas tem uma maior relevância, como é o caso dos fundos XPLG11, GGRC11 [GGR Copevi] e MAXR11. Caso seja projetado um plano de enxugamento das operações, certamente, algumas áreas serão desocupadas, ao menos de forma parcial. Especialmente em imóveis com pior localização ou com contratos típicos”, comenta.
Araujo destaca que, em uma atualização recente, foi observada que a exposição do Max Retail é maior, sendo que 56,2% da receita imobiliária vem das cinco lojas alugadas para a Americanas. Depois dele, vem o fundo Vila Olímpia Corporate (VLOL11) que tem 29% da receita vinculada à varejista.
“Esse portfólio do fundo será incorporado pelo VBI Prime Properties [PVBI11]. Por se tratar de um espaço corporativo da companhia em São Paulo, com os escritórios da Ame Digital e Bit Services, não enxergamos risco de desocupação tal qual dos imóveis logísticos neste momento, mas está no radar”, acrescenta.