Recessão

Recuperação incompleta da economia pode acabar em recessão, alerta Powell

06 out 2020, 12:36 - atualizado em 06 out 2020, 12:36
Jerome Powell
“A expansão ainda está longe (de ser) concluída… Os riscos da intervenção da política monetária ainda são assimétricos”, afirma o presidente do Federal Reserve (Imagem: Toni L. Sandys/Pool via Reuters)

A recuperação econômica dos Estados Unidos continua longe de ser concluída e ainda pode cair em uma espiral descendente se o coronavírus não for efetivamente controlado e o crescimento sustentado, alertou nesta terça-feira Jerome Powell, chair do Federal Reserve, em um pedido de mais ajuda às empresas e famílias norte-americanas.

“A expansão ainda está longe (de ser) concluída. Nesta fase inicial, eu argumentaria que os riscos da intervenção da política monetária ainda são assimétricos. Muito pouco apoio levaria a uma recuperação fraca, criando dificuldades desnecessárias para famílias e empresas”, disse Powell em comentários preparados para discurso online à National Association for Business Economics.

“Os riscos de exagero parecem, por enquanto, menores. Mesmo que as ações de política (monetária) acabem se revelando maiores do que o necessário, elas não seriam desperdiçadas. A recuperação será mais forte e avançará mais rápido.”

Powell não mencionou nenhum outro programa do Fed além da quase dúzia de medidas lançada a partir de março, muitas ainda inexploradas e deixando potencialmente trilhões de dólares à disposição de empresas e mercados de crédito.

No entanto, membros do Congresso norte-americano e do governo Trump permanecem em um impasse quanto a mais auxílio federal direto às famílias, empresas e governos locais, medida que muitos no Fed e em outros lugares consideram vital neste estágio da recuperação dos EUA.

Até agora, observou Powell, o pior foi evitado. Empréstimos do governo para pequenas empresas e benefícios de auxílio-desemprego aprimorados têm “apoiado uma recuperação forte, mas incompleta, da demanda, e — por enquanto — substancialmente silenciaram a dinâmica recessiva que geralmente ocorre durante uma crise”, com menos falências e menos demissões permanentes do que teria acontecido de outra forma.