Recuperação econômica influencia retomada de empregos formais em 2021
Apesar do resultado de dezembro, que registrou uma queda de 265 mil vagas formais de trabalho, os dados do Caged (Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados) divulgados nesta segunda-feira (31) apresentaram um cenário positivo para o saldo do ano de 2021.
Foram criados, ao todo, 2.730.597 postos de trabalho, resultado de 20.699.802 admissões e de 17.969.205 desligamentos. Fernanda Consorte, economista chefe do Banco Ourinvest, pondera que o mês de dezembro é sazonalmente negativo e, quando colocado em perspectiva frente o ano todo, não é um resultado “tão ruim assim”.
Ao avaliar o ano de 2021 como um todo, ela vê uma “resiliência do mercado de trabalho formal brasileiro, mesmo em um ambiente de baixo crescimento e perspectiva confusa para a economia do país, como um reflexo dos estímulos monetário e fiscal que foram adotados desde 2020”.
Na mesma linha, Cosmo Donato, economista da LCA Consultores, concorda que um resultado de dezembro veio pior do que o esperado, mas não desconstruiu a visão dos economistas sobre o ano de 2021. “O resultado mais negativo em relação ao ano pode indicar, inclusive, uma retomada da normalidade.”
Perspectivas para 2022
Contudo, Donato destaca que o desafio pode estar em 2022, já que os fatores que resultaram na criação de vagas de forma mais expressiva não estarão presentes este ano. “Essa geração de vagas vai estar cada vez mais relacionada com o desempenho da economia, como o mercado espera uma taxa de crescimento próxima de zero, isso deve implicar em desaceleração na criação de vagas este ano”, explica.
Para Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, o Caged de 2022 deve ficar mais próximo do que foi visto em 2020 do que no ano passado, com a expectativa de uma geração abaixo de 1 milhão de vagas.
Camila aponta dois fatores importantes para ficar atento este ano, em relação à ao emprego. O primeiro é o programa BEm (Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda), muito importante na redução das demissões nos últimos anos; e a desaceleração das contratações decorrente do enfraquecimento da demanda doméstica.