Economia

Recuperação é robusta, mas desemprego não será revertido rapidamente, diz Campos Neto

09 nov 2020, 13:26 - atualizado em 09 nov 2020, 13:46
Campos  Neto também pontuou que a existência de uma vacina eficaz contra o coronavírus será crítica e citou a reação dos mercados (Imagem: Flickr/Raphael Ribeiro/ BCB)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta segunda-feira que a retomada econômica do país é “robusta”, mas ponderou que a reversão do desemprego não será rápida, já que o avanço da tecnologia durante a crise do coronavírus impactará a alocação dos trabalhadores, especialmente dos informais.

Ao participar do Greenwich Economic Forum 2020, promovido pela The Economist, ele avaliou que a aceleração da tecnologia por trás da recuperação foi tão veloz que não deu tempo aos informais para serem alocados em outras atividades.

“Acho que vamos atingir um novo equilíbrio, na minha opinião, em que teremos mais empresas de tecnologia tirando empregos, especialmente informais. Isso já está acontecendo no setor de serviços no Brasil e em muitos outros países emergentes”, afirmou.

“A mudança no padrão de consumo vai acelerar isso e já estamos vendo isso ocorrer”, completou ele.

O quadro, segundo o presidente do BC, implica necessidade de mais programas sociais pelo governo, o que significa um aumento da dívida. No entanto, ele lembrou que, no caso brasileiro, não há espaço fiscal para essa dinâmica durar muito mais.

Durante sua participação, Campos Neto destacou que a existência de uma vacina eficaz contra o coronavírus será crítica e citou a reação dos mercados, logo nos primeiros negócios nesta segunda-feira, à notícia positiva nessa frente.

Mais cedo, a Pfizer disse que a vacina experimental contra a Covid-19 que está desenvolvendo com a BioNTech mostrou ser 90% eficaz na prevenção da doença com base em dados iniciais de um estudo amplo.

Reservas Internacionais

Ao ser questionado sobre o eventual uso da linha de swap com o Federal Reserve, o BC norte-americano, Campos Neto disse que não há expectativa de utilização da linha.

“O Brasil tem cerca de 350 bilhões (de dólares) em reservas. E, por conta da desvalorização (cambial), as reservas como proporção do PIB cresceram muito nos últimos tempos. Então não achamos que vamos precisar usar, (mas) eu acho que é sempre bom ter”, pontuou.

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