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Recuperação da Oi completa um ano hoje, sem acordo

20 jun 2017, 15:29 - atualizado em 05 nov 2017, 14:01

Oi Participações

O maior processo de recuperação judicial do País, da operadora de telefonia Oi, completa um ano nesta terça-feira, 20. A companhia encerra esse período ainda sem acordo com os principais credores após duas propostas apresentadas, ambas muito criticadas. Com o impasse, a tele já trabalha em mais um ajuste na proposta, que deve ser apresentado até o fim do mês.

Uma das possibilidades é incluir um aumento de capital de R$ 8 bilhões. A meta da Oi é chegar a um entendimento com credores e votar o plano em setembro, quando está prevista a realização da assembleia de credores, disse recentemente ao Estadão / Broadcast o presidente da tele, Marco Schroeder. São R$ 63,95 bilhões em dívida e 55.080 credores.

O mês de setembro também é visto como uma data limite por outros envolvidos no processo. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Juarez Quadros, indicou recentemente que se a empresa não chegar a um acordo com os credores na assembleia prevista para a data poderá ter a falência decretada pela Justiça. Antes disso, a agência reguladora poderia intervir – após a aprovação de regulamentação para isso.

“Já estamos com um ano de recuperação judicial e o que precisa são os acionistas, que são os donos da companhia, sinalizarem o modelo de gestão para que o investidor não tenha a expectativa de que o melhor é a intervenção”, disse Quadros. Entre os credores, as principais críticas vêm dos bondholders (detentores de títulos).

Em documento entregue recentemente à Justiça, um grupo assessorado pela Moelis & Company disparou: “Embora não se ignore a complexidade desta recuperação judicial, a recalcitrância do Grupo Oi em negociar um plano com seus credores é a principal razão para o atraso no processo”.

A disputa vem do fato de que os acionistas querem evitar a diluição de suas participações, enquanto os credores buscam uma parte relevante da tele. A tele chega ao fim desse ciclo com outros números importantes, alguns positivos. A empresa conseguiu no período melhorar indicadores de reclamações. E também ganhou fôlego com a evolução do caixa: o valor foi de R$ 5,1 bilhões, em junho de 2016, para R$ 7,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Por Mariana Sallowicz)

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