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Recuperação da Cielo não deve vir tão cedo, afirmam analistas

28 jan 2020, 11:38 - atualizado em 28 jan 2020, 11:38
O Ebitda da Cielo recuou 50,6% em 2019, totalizando R$ 1,8 bilhão (Imagem: Reprodução/YouTube/Cielo)

Os resultados do quarto trimestre de 2019 da Cielo (CIEL3), divulgados na noite de ontem (27), desanimaram os analistas. A companhia de meios de pagamentos reportou lucro de R$ 242 milhões no período, enquanto o consenso do mercado falava em R$ 330 milhões.

“Embora a empresa afirme consistentemente que o foco não é o lucro de curto prazo, este é o segundo trimestre consecutivo com ganhos consideravelmente abaixo do consenso”, destacou o analista do setor financeiro da XP Investimentos, Marcel Campos.

No ano, o lucro da empresa atingiu R$ 1,5 bilhão, queda de 49,7% em relação a 2018. O Ebitda recuou 50,6% em 2019, totalizando R$ 1,8 bilhão.

Apesar da má performance da Cielo, Campos acredita que os volumes estão crescendo, embora não enxergue avanços consistentes nas margens – a margem Ebitda anualizada, por exemplo, caiu de 56,5% para 33,9%.

“Como consequência, a Cielo não deve ser capaz de recuperar sua rentabilidade em futuro próximo”, avaliou o analista.

A corretora tem recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 7.

Cautela nunca é demais

A recomendação do Safra para os papéis da empresa é neutra, dada a maior dificuldade para adquirir novos negócios em um cenário mais competitivo (Imagem: Reprodução/YouTube/Cielo)

O Safra classificou os resultados como “decepcionantes” e manteve uma visão mais cautelosa sobre a companhia.

“Embora a Cielo tenha entregado um bom resultado trimestral pela unidade de negócios da Cateno (alta de 15,1% do Ebitda na comparação ano a ano), acreditamos que a deterioração do rendimento continuará e os custos para a recuperação de volumes permanecerão pressionados”, afirmaram Luis F. Azevedo e Silvio Dória, da equipe de análise do banco.

A recomendação do Safra para os papéis da empresa é neutra, dada a maior dificuldade para adquirir novos negócios dentro de um cenário mais competitivo.

O que esperar para 2020?

Com a apresentação de dados aquém das estimativas, a Ágora Investimentos decidiu manter praticamente inalteradas as previsões para a Cielo em 2020, incorporando uma perspectiva mais “benigna” à take rate (taxa que fica com o adquirente) no primeiro e segundo trimestres.

“Isso pode fazer com que nossas estimativas para o ano pareçam mais otimistas do que há algumas semanas, quando atualizamos nossos números e recomendações”, comentaram os analistas Victor Schabbel e José Cataldo.

A corretora, que recomenda venda para as ações com preço-alvo de R$ 6,50, espera que o consenso de mercado revise suas projeções, atualmente em R$ 1,4 bilhão para 2020, a níveis mais próximos de sua previsão, que é de R$ 1 bilhão.

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