Recuperação da C&A segue lenta, mas analistas estão confiantes com atuação do e-commerce
Os resultados da C&A (CEAB3) comprovaram mais uma vez que o setor de vestuário e calçados ainda vive um momento desafiador. Os números da companhia continuam pressionados pela pandemia de covid-19, embora uma recuperação já esteja a caminho – ainda que a passos lentos.
A C&A registrou entre julho e setembro deste ano prejuízo líquido de R$ 28,2 milhões. No mesmo período de 2019, a companhia tinha apresentado lucro de R$ 19,1 milhões. Sob análise pró-forma, o prejuízo foi de R$ 19,9 milhões.
A receita líquida totalizou R$ 1 bilhão, o que corresponde a uma queda de 14,1% no comparativo anual. Já o Ebitda ajustado despencou 67% e atingiu R$ 64,7 milhões. Na base pró-forma, o indicador ficou negativo em R$ 25,8 milhões.
O SSS (Vendas Mesmas Lojas) caiu 13,9% no trimestre. No entanto, o e-commerce disparou mais de 400%, somando um GMV (volume bruto de mercadorias) de R$ 214 milhões.
Para Guide Investimentos, XP Investimentos e Ágora Investimentos, as vendas online foram, sem sombra de dúvida, o destaque do trimestre.
“Nós destacamos a contínua performance sólida do e-commerce, tendo ainda muito espaço para crescer tanto no 1P (estoque próprio) como no 3P (marketplace)”, comentaram Marco Nardini e Daniella Eiger, analistas da XP. A corretora manteve a recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 15 para os próximos 12 meses.
Na avaliação da Ágora, o Natal pode ser um período “relativamente normal” para a C&A, o que ajudará nos resultados do quarto trimestre. As perspectivas para o ano que vem continuam positivas, e por isso a recomendação de compra foi reiterada.
“Olhando para o próximo ano, com investidores preocupados com a ressaca do programa de estímulo do governo, achamos que vestuário não é um segmento ruim para se posicionar no setor de varejo, dado o menor impacto positivo (versus outras categorias) este ano”, analisaram Richard Cathcart e Flávia Meireles, em relatório divulgado nesta sexta-feira.